segunda-feira, maio 07, 2018

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Vital Moreira

Compreende-se que um grande apoiante das políticas de austeridade, tendo considerado constitucional muita coisa feia que foi feita, venha agora, quase três anos depois questionar a Geringonça. Mas ouvir alguém que nasceu e cresceu no PC vir dizer que a Geringonça custou um preço elevado ao PS só merece rir à gargalhada.

E quanto custaria ao PS ter deixado Passos Coelho com um governo minoritário que conduziria a um segundo resgate para ir a eleições antecipadas atribuindo as culpas ao PS? Enfim,

«O constitucionalista e antigo cabeça de lista das europeias considera que não há lugar para "o encómio da geringonça" que faz o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e que não existe "nenhuma solução de governo maioritária", como Pedro Nuno Santos defende. Pelo contrário, diz, o acordo "cobrou um significativo preço político ao PS".

Num artigo colocado este domingo no blogue "Causa Nossa", Vital Moreira inclui nesse 'preço' a "renúncia a parcelas importantes do seu programa eleitoral, como por exemplo, o imposto sucessório, a apoio fiscal ao rendimento dos trabalhadores com baixos salários, a reforma eleitoral, etc".

Na sexta-feira, Pedro Nuno Santos, conhecido por defender uma posição mais à esquerda dentro do PS, escreveu um artigo no Público intitulado " A social democracia para além da terceira via". Nele, afirma que a decisão tomada de criar uma solução de governo apoiada pela esquerda parlamentar "pode ter salvo o PS do destino de outros partidos europeus da mesma família política", que estão em franco retrocesso.» [Expresso]

 E dessa vez não recebeu nada em troca?




      
 Castigos aberrantes
   
«Dois anos depois da polémica com o tratamento de alunos homossexuais, a tensão entre alunos e oficiais volta a sentir-se no Colégio Militar. O Diário de Notícias escreve este domingo que a direção da instituição de ensino do Exército suspendeu 19 dos 27 alunos do 12º ano, depois de uma ação de protesto contra oficiais do Corpo de Alunos que levou os jovens a uma autodesgraduação em bloco.

Até que os inquéritos internos estejam concluídos — e, diz o Exército ao Observador, a um mês dos exames finais, não há data prevista para que isso aconteça —, os alunos internos passaram a externos. Ou seja, além de terem sido suspensos das atividades letivas durante cinco dias, “como acontece em dezenas de instituições de ensino em Portugal”, sublinha aquele ramo, os alunos em regime de internato deixaram de poder pernoitar no Colégio Militar e passaram a ter de ir dormir a casa. Essa decisão manteve-se para lá dos cinco dias de suspensão letiva e continua em vigor.

As suspensões, escreve o Diário de Notícias, foram aplicadas depois de os alunos terem decidido autodesgraduar-se. Essa decisão, concretiza o jornal, foi a forma de protesto encontrada pelos alunos do 12º para contestar as punições aplicadas aos comandantes da 3ª e 4ª companhias que, entre outras situações, terão entrado em instalações dos oficiais do Exército que lhes estavam vedadas. Os alunos reconheceram o erro mas a punição (a desgraduação) avançou à mesma e, por considerarem a pena demasiado pesada, outros alunos protestaram em solidariedade com os comandantes.

“A suspensão de actividades escolares está prevista, também, pelo Ministério da Educação” nas suas linhas de orientação pedagógica, assinala o porta-voz do Exército ao Observador. O tenente-coronel Vicente Pereira refere que “os pais conhecem” as regras do colégio, tal como os alunos, e “sabiam que, tomando determinadas atitudes, haveria uma consequência”, prevista no regulamento interno da instituição.» [Observador]
   
Parecer:

Estes militares não conseguem distinguir uma turma do 12.ª de um pelotão de instrução de comandos.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «lamente-se.»