quinta-feira, maio 10, 2018

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Fernando Negrão, nódoa parlamentar

Fernando Negrão aproveitou o debate parlamentar de hoje para dar mostra de maus valores e de pouca inteligência. Pior ainda, desmascarou a falsidade da imagem que Rui Rio tem feito passar de que algo mudou no PSD, parece que mudou para pior pois o PSD de Passos Coelho nunca usou o debate parlamentar para discutir casos judiciais ou para se dirigir ao primeiro-ministro na qualidade de secretário-geral do PS.

Mas pior do que tudo isso é triste, degradante e vergonhoso ver um ex-magistrado confundir a acusação com o fim da presunção da inocência. Fernando Negrão fez uma intervenção que foi um nojo, foi desonesto, revelou falta de princípios e uma total ausência de valores democráticos.

«Fernando Negrão, líder parlamentar do PSD, foi quem abriu as hostilidades, perguntando a Costa o que o levou na semana passada a demarcar-se do antigo primeiro-ministro.

Costa, na resposta, queixou-se de estar a ser vítima, por parte do PSD, de "deslealdade parlamentar", porque as questões que lhe estavam a ser colocadas o envolviam como líder do PS e não na qualidade em que estava no debate, a de primeiro-ministro.

Respondendo "como António Costa", o chefe do Governo repetiu o que já tinha dito na semana passada: que se se confirmarem as ilegalidades atribuídas a Sócrates e Pinho isso será "uma desonra para a democracia" - expressão negada mais tarde por Assunção Cristas, que vê no caso, isso sim, "uma desonra para o PS" e não para a democracia no seu todo.» [Expresso]

      
 Argentina outra vez no FMI
   
«Passados quinze anos, a Argentina volta a bater à porta do Fundo Monetário Internacional (FMI) em busca de ajuda. O governo argentino chama-lhe “financiamento preventivo” e o montante exacto ainda não é conhecido, mas a imprensa do país tem referido valores em torno dos 30 mil milhões de dólares (cerca de 25 mil milhões de euros).

Os detalhes – o montante e as condições do empréstimo – deverão ser conhecidos em breve, já que a delegação liderada pelo ministro das Finanças da Argentina, Nicolás Dujovne, viajou na terça-feira para Washington para formalizar o empréstimo com a instituição liderada por Christine Lagarde. As reuniões deverão ocorrer até quinta-feira.

A primeira vez que a Argentina pediu dinheiro ao FMI foi em 1957 (75 milhões de dólares, cerca de 63 milhões de euros) e a última tinha sido em 2003 (perto de 14.300 milhões de dólares, aproximadamente 12 mil milhões de euros), segundo dados do jornal Clarín.» [Público]
   
Parecer:

Parece Portugal, volta e meia vai lá.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
 Rui Rio quer intabilidade
   
«O presidente do PSD defendeu esta quarta-feira a estabilidade política, mas avisou que "não deve ser conseguida a qualquer preço", recusando que os sociais-democratas possam, em nome desse valor, viabilizar um Orçamento que considerem contrário aos interesses do país.

"Se um Orçamento do Estado for completamente contrário ao que entendemos para Portugal, obviamente que preferimos que não haja estabilidade e se consiga um documento melhor do que, em nome da estabilidade, ter um documento mau", afirmou Rui Rio, questionado pelos jornalistas no final de uma reunião de quase duas horas com a UGT, em Lisboa.

O líder social-democrata salientou que o PSD e ele próprio "defendem em primeiro lugar a estabilidade política" e o cumprimento das legislaturas até ao fim. "Mas o PSD nunca poderá concordar com um documento que possa ser completamente contrário ao que o país necessita", disse, referindo-se ao Orçamento do Estado (OE) para 2019.

Rio sublinhou que não existe ainda qualquer esboço do documento orçamental e que esse terá de ser analisado em devido tempo, mas recordou o histórico dos últimos anos, em que o PSD votou sempre contra os Orçamentos do Estado do atual Governo socialista.» [Expresso]
   
Parecer:

Com os limites impostos ao défice qual será a grande diferença entre um OE deste governo e aquele que na opinião de Rui Rio seria um bom OE? Por maiores que sejam as diferenças só alguém sem grande sentido de responsabilidade considera que o país ganha mais com a instabilidade política do que ganha com a estabilidade resultante da aprovação do OE.

Que a Cristas queira ir a eleições a qualquer custo na esperança de tirar meia dúzia de votos ao PSD é compreensível, a senhora nunca deu ares de a responsabilidade ser a sua praia. Mas Rui Rio devia saber que os benefícios daquilo que ele diz ser um bom OE são infinitamente inferiores aos malefícios da instabilidade política que parece não o preocupar.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Tenha-se pena.»