quinta-feira, março 08, 2018

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

O Presidente da República faz muito bem em ir a Faro encontrar-se com as famílias ciganas que ficaram desalojadas, ainda que este roteiro das desgraças em que se converteu a sua presidência comece a exagerar. Mas o que não se entende é a razão porque se desloca tão longe e em vez de se preocupar com todos os que ficaram desalojados ou que viram a sua forma de vida destruída pelo vendaval, apenas alguns terão direito às selfies de desgosto do Presidente da República.

«O Presidente da República vai visitar no próximo sábado as famílias ciganas desalojadas em Faro na sequência dos temporais que têm abalado a região, apurou o PÚBLICO. Segundo fonte de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha decidido fazê-lo há alguns dias, mas a agenda impediu a realização da visita mais cedo.

Na noite de domingo para segunda-feira, dezenas de famílias ficaram desalojadas nos acampamentos de ciganos de Cerro do Bruxo e Escuro, em Faro, tendo sido obrigadas a pernoitar no pavilhão municipal. No dia seguinte, o presidente da câmara, Rogério Bacalhau, descartou a hipótese de atribuir habitações sociais, pelo menos no curto prazo, às cerca de 100 pessoas afectadas. “Logo que as condições o permitam, vão ter de regressar aos locais onde permanecem há muitos anos. Estamos a estudar soluções para o futuro.

Diversas associações e activistas de etnia cigana tomaram na terça-feira uma posição conjunta contra o que lhes parece ser o “desprezo” pelas pessoas que perderam os seus haveres em Cerro do Bruxo. Recusam-se a ser invisíveis e reclamam respeito, assim como assinalam a ausência de quem lhes dê solidariedade e conforto, da autarquia à Presidência da República, passando pela secretaria de Estado da Habitação, Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana e Alto Comissariado das Migrações.» [Público]

 A boa e a má violação do segredo de justiça

z

 O país endoidou de vez?

Um ministro das Finanças e uma rede de toupeiras a cometer crimes graves a troco de idas à bola? É mesmo assim ou a sanha de prender gente e o desejo de dar protagonismo está a levar algumas pessoas à demência?

A velha tese de que o Al Capone foi travado com base numa fraude fiscal está a levar a crer que quem a justiça tenta prender um perigosíssimo Centeno mas como não consegue provas para os seus crimes hediondos socorre-se de um bilhete de futebol para o condenar. Tudo isto é ridículo e parece que um país assanhado pelo debate político ou por paixões futebolísticas é incapaz de parar para pensar e ver o ridículo do que se está passando.

 Curiosidade

É uma pena que não haja uma violação do  segredo de justiça que torne públicos os argumentos com que o MP convenceu um juiz a autorizar as buscas a Mário Centeno o que permitiu aos investigadores usar a técnica do arrastão, recolhendo imensa informação, a maior parte dela sem qualquer relação com o grave crime de corrupção com bilhetes de futebol de que o ministro era suspeito depois de uma notícia na televisão.

      
 Mais um capítulo para as aulas do catedrático
   
«Portugal, Bulgária e França deixaram de fazer parte dos países que a Comissão Europeia considera estarem em situação de desequilíbrio económico excessivo. O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo vice-presidente para o euro. Valdis Dombrovsky destaca contudo no caso português que ainda existe um “grande desafio” ao nível do elevado endividamento privado, das famílias e empresas, mas também do Estado. E acrescenta que o Governo foi convidado a apresentar em abril um pacote de soluções para atacar este problema.

Já o comissário dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, foi claro na mensagem. “Portugal vê a sua situação melhorada. Portugal passa do desequilíbrio excessivo para o desequilíbrio”. Há progressos muito significativos, mas ainda há desafios e esforços a fazer. O comissário prefere ver o copo meio cheio do que o copo meio vazio. Crédito malparado, produtividade e fragmentação dos rendimentos, foram matérias sinalizadas.» [Observador]
   
Parecer:

O famoso académico do ISCP, o catedrático da licenciatura, pode muito bem dedicar um capítulo aos seus erros de previsão económica.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sugira-se.»
  
 Violações oportunas do segredo de justiça
   
«A investigação do Ministério Público sobre a EDP teve acesso a uma troca de e-mails entre a empresa e Manuel Pinho que poderão reforçar as provas que ligam o ex-ministro da Economia ao grupo energético. Num desses e-mails obtidos pelos investigadores, conforme noticia a edição do Expresso, Manuel Pinho pediu em 2014 informação à EDP para um trabalho de assessoria ao Canada Pension Plan, fundo cujo maior investimento em Portugal é na própria EDP.

Manuel Pinho, que é arguido na investigação do Ministério Público sobre suspeitas de corrupção envolvendo as rendas da EDP, prestou em 2014 assessoria a esse fundo de origem canadiana, tendo recorrido aos conhecimentos da EDP para elaborar um parecer. Conforma explica o jornal, o alegado e-mail onde consta o pedido de informação à empresa energética foi enviado através da secretária de Pinho no BES África. Na mensagem surgem elencadas várias questões ao diretor de planeamento da EDP, Pedro Neves Ferreira, sobre o sistema elétrico nacional.

Nessa troca de e-mails que se seguiu, o administrador João Manso Neto fica também a saber que Manuel Pinho teria pedido mais informações ao regulador do setor energético, Vítor Santos, na altura presidente da ERSE. Um pedido que terá motivado uma reação de Pedro Neves Ferreira: ” São perguntas que o Canada Pension Plan Investment Board lhe pagou para ele responder, como conhecedor de Portugal. O preocupante é só que ele também pediu contributos ao Vítor Santos, que, segundo Manuel Pinho, deu uma imagem bastante negativa do país”, lê-se no e-mail citado pelo Expresso e que estará agora nas mãos dos procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto.» [Observador]
   
Parecer:

Parece haver uma guerra entre o MP e o juiz de instrução que parece ser muito diferente de um outro que ficou famoso e, por mera coincidência, surgem e-mails do processo na comunicação social, isto quando o MP pretende aceder a todos os e-mails.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»


 O Governo tinha razão em relação ao salário mínimo
   
«A comissão Europeia considera que as subidas do salário minimo nacional não prejudicaram a criação de emprego e até apoiaram o rendimento dos trabalhadores com salários mais baixos. Esta conclusão sublinhada no Country Report sobre Portugal divulgado hoje em Bruxelas contrasta com posições anteriores da Comissão que, em análises anteriores, sempre mostrou receios sobre os impactos das subidas do salário mínimo.

“As subidas do salário mínimo apoiaram o rendimento dos trabalhadores de salários baixos e não parecem ter afetado negativamente a criação de emprego”, lê-se no documento. E acrescenta: “Em particular, as subidas do salário mínimo não impediram a taxa de emprego dos trabalhadores menos qualificados subir durante a recuperação, também devido a expansão dos setores intensivos em trabalho como o turismo e a construção.”

Bruxelas considera, no entanto, que permanecem alguns riscos sobre a empregabilidade destes trabalhadores e pede ao Governo e parceiros sociais para monitorizarem o impacto do salário mínimo.» [Expresso]
   
Parecer:

Seria interessante perguntar ao catedrático da Ajuda o que do seu alto brilantismo académico em matéria de economia pensa desta posição da comissão.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao catedrático da Ajuda.»

 O Varoufakis voltou
   
«Mário Centeno, numa entrevista concedida recentemente à Agência de Notícias de Atenas, considerou que os “oito anos de ajustamento” foram “um processo demasiado longo” para a Grécia. Segundo o ministro das Finanças português, se o país tivesse assumido a propriedade das medidas a tomar, como fez nos últimos anos, “poderia ter dado resultados mais cedo”, já que “ganhou a confiança dos investidores e dos parceiros europeus”. Para Centeno, esta tomada de posição por parte do Governo de Atenas também explica “a recuperação do crescimento”.

“Espero que esta tendência permaneça, quero que a Grécia continue a prosperar. Vejo enorme potencial na Grécia”, disse ainda o presidente do Eurogrupo, citado pelo Jornal de Negócios, defendo que a Grécia é hoje “um país diferente”. Uma posição que não deixou Yanis Varoufakis muito contente.

O ex-ministro das Finanças, que abandonou o cargo quando o Governo de Alexis Tsipras decidiu aceitar as exigências  da União Europeia, respondeu a Centeno através do Twitter, questionando-o diretamente sobre as esperanças que tem relativamente à prosperidade do seu país. “Continue a prosperar? Já ouvi falar da expressão ‘acrescentar um insulto à injúria’?”, escreveu Varoufakis na rede social na terça-feira.» [Observador]
   
Parecer:

É uma pena que o Varoufaquis não tenha levado as suas ideias adiante, a esta hora a Grécia era uma província da Turquia.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Varoufakis se continua a aparecer nas revistas mais a sua bela esposa.»