quarta-feira, fevereiro 14, 2018

GESTORES NACIONALISSTAS

Na entrevista dada ao Público o presidente da PARTEX, empresa do setor dos petróleos que a Gulbenkian parece querer vender a uma empresa chinesa, foi questionado sobre a coerência entre o seu empenho nessa venda e as posições assumidas no passado, quando foi contra a venda de participações da EDP e da REN a interesses chineses.

António Costa Silva, o presidente da Partex, teve resposta pronta:

“A minha função aqui é defender a Partex e dar caminho à Partex com o novo accionista. O que no passado falámos tem a ver com o pensamento estratégico do país. Acho que vivemos num país que tem uma fraquíssima inteligência estratégica, pensa pouco e está absorvido pelo curto prazo. É evidente que, quando há aquisições que vão todas num sentido, o país tem de reflectir, e foi isso que pensei no passado e exprimi. A realidade é o que é, e o país, infelizmente, planeia pouco e vê pouco o futuro, não olha para os seus recursos endógenos.» [Público]

Isto é, enquanto gestor da Partex representa o seu acionista e isso significa maximizar as receitas da venda, sem se preocupar com quaisquer outros interesses. É esta a posição dos nossos gestores, enquanto tal o único critério é a maximização do lucro. De caminho ainda se sente no direito de colar a esta declaração uma crítica ao país.

Foi o que fizeram, por exemplo, os nossos banqueiros, durante várias décadas usaram os recursos financeiros do país, as poupaças que os portugueses lhes confiaram a a capacidade de recurso ao crédito internacional, para maximizarem o lucro, gerando grandes prémios de desempenho que enriqueceram os gestores da banca. Para isso desprezaram a inovação e o investimento, desviando todo o dinheiro par o crédito à habitação e ao consumo. Agora, depois de falidos e ajudados pelo mesmo povo que prejudicaram, também se queixa de que o crescimento não é sustentado e de outras supostas maldades do governo.

Isto significa que enquanto gestores estes senhores não são portugueses, a sua bandeira é de quem lhes paga e o objetivo do lucros sobrepõe-se a qualquer outro valor. Esta posição é muito típica nesta vaga de gestores saídos dos tempos do cavaquismo. No passado todos eram portugueses e defendiam o país, desde há algumas décadas h´s os que desempenham funções na quais não podem esquecer o país, enquanto outros servem o patrão e mesmo quando o patrão é português, até mesmo uma fundação, o que importa é apenas o lucro, nem que que para se tenha de vender a alma ao diabo.

O operário deve dar o litro e não exigir o aumento do ordenado mínimo em nome da competitividade da economia portuguesa, o soldado deve dar a vida em nome do país, o bombeiros deve correr riscos, combater incêndios sem botas adequadas e morrer queimado em defesa da nação, todos devemos daro o litro e sujeitar-monos a todos os sacrifícios, mas quando chega a hora dos gestores como este artista da PArtex, o país que se lixe, este está a lia para “dar caminho ao novo acionista da Partex”, ele deixa de ser português para ser a voz do dono.

Uns nascem para servir o país, outros servem-se do país.