sábado, novembro 04, 2017

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Marcelo rebelo de Sousa, Presidente da República

Primeiro foram os sem-abrigo, depois foi o défice, a seguir foram as florestas, agora o Presidente da República define mais uma prioridade nacional, a educação. O que seria deste pobre país se não tivesse um Presidente capaz de ver a a cada dia uma nova prioridade, é óbvio que sem estas prioridades os governos ignorariam a pobreza, esqueceriam o défice e a dívida, ignorariam a floresta e fechavam as escolas.

Sejamos honestos, quase todos os governos tiveram as prioridade de Marcelo como sua prioridades, desde António Guterres que todos os governos estabeleceram a educação como prioridade, quase todos deram atenção à florestas, todos fizeram o que puderam e tendo em conta os seus valores para combater a pobreza. Marcelo Rebelo de Sousa descobriu a pólvora e parece estar a usar as muitas consequências do subdesenvolvimento em favor da gestão da sua imagem.

Talvez não fosse má ideia se o Presidente da República lesse o programa do Governo antes de estabelecer prioridades com ar de quem acabou de descobrir a pólvora. Poderia ler na página 102 daquele programa:

«O XXI Governo assumirá, por isso, como principal prioridade da política educativa a mobilização da sociedade portuguesa para um combate sem tréguas ao insucesso escolar, que constitui um entrave à qualidade do ensino, à equidade, à aprendizagem e ao cumprimento da escolaridade obrigatória por todas as crianças e jovens. Esse combate deve envolver toda a sociedade, os diferentes departamentos governamentais, os pais, as escolas e as autarquias, num esforço continuado de aposta na resolução de um dos mais sérios entraves ao progresso na qualificação dos portugueses e na redução das desigualdades.»

O que conta para o Governo, as prioridades definidas a um ritmo semanal ou o programa aprovado no Parlamento conforme manda a Constituição? Perante quem responde o Governo, perante o Parlamento que o aprovou e onde estão os deputados que têm a mesma legitimidade democrática que o Presidente ou perante o Presidente? Portugal é um regime presidencialistas ou um presidencialismo em que se navega à vista e são definidas prioridades em função da agenda televisiva do Presidente da República?

«Não há nenhuma família que não tenha alguém próximo integrado no sistema de ensino. Mas, estranhamente, a Educação está longe de ser a principal preocupação. “Quantas famílias votam, nas diferentes eleições, dando primazia à Educação? Tenho para mim que muito poucas. Votam olhando para a situação económico-financeira, para as questões do emprego, da segurança, porventura da saúde ou da segurança social. Não para a Educação. E isso é muito preocupante”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no discurso de encerramento do 1º Congresso das Escolas, que terminou esta sexta-feira, em Lisboa.

“Os portugueses, de facto, verdadeiramente não dão primazia à Educação como prioridade nacional”, considerou o Presidente da República. E se assim é, não podem esperar que os governos, por “muito apaixonados” que digam estar pela área, lhe atribuam essa importância. Mas há que “mudar” a situação e Marcelo Rebelo de Sousa garante querer ajudar a levar a cabo essa “missão”. “Há que fazer corresponder o envolvimento quotidiano dos portugueses no domínio da Educação à compreeensão da importância deste domínio”.

A segunda “missão” assumida será a de convidar os protagonistas do mundo político, económico e social a dar “primazia ao que os aproxima em detrimento do que os afasta”. Sem referir a ideia de um pacto de regime, Marcelo defendeu a necessidade de encontrar “convergências”. É certo que há sempre um “apelo irresistível para mudar o currículo, a avaliação, para experimentar novos caminhos, métodos e projetos”, referiu. E daí surgirem as críticas a constantes mudanças legislativas e “mais grave ainda” de critérios administrativos, sempre que mudam os governos.» [Expresso]




(*) Para os mais fundamentalistas, bem como para os jornalistas que se escandalizam facilmente, importa referir que com a escolha para Jumento do Dia não se pretende que alguém tem os defeitos do equino de quatro patas e muito menos aqueles que lhe são atribuídos. Aliás, se assim fosse muitas das escolhas que aqui são feitas, o que não é o caso de hoje, seriam um elogio para os escolhidos e uma ofensa para um animal a quem a economia portuguesa deve mais do que à maioria dos ministros das Finanças que por cá passaram.

A escolha reflete apenas a escolha de alguém que em cada dia teve uma posição considerada negativa, pelo que o escândalo com que muitos jornalistas referiram recentemente que o Presidente era um Jumento do Dia apenas reflecte uma realidade há muito conhecida, que os asininos mais inteligente são, não raras vezes, os quadrúpedes e não as bestas quadradas que por aí andam.

Esperemos que Maria Pimentel, jornalista da Rádio Renascença, aprenda a distinguir entre aquilo que visa fazer uma ofensa e aquilo que só é ofensa por causa das nossas limitações inteletuais ou má-fé. Já agora seria bom recordar a senhora jornalista que quando se pretende ofender alguém chamando-lhe burro o termos usado é precisamente "burro". Esperemos que a jornalista da RR não se lembre de alertar o Partido Democrático dos EUA para a ofensa que é usar um jumento como símbolo.

Mas se a jornalista da RR quiser saber o porquê do nome deste blogue com mais de dez anos, fica aqui a sugestão de que vá ler a "Viagem à Roda da Parvónia", Comédia satírica escrita por Guilherme de Azevedo e Guerra Junqueiro, que a assinam com o pseudónimo "Gil Vaz", o mesmo que utilizavam nas suas crónicas humorísticas da Gazeta do Dia .  No final do conto encontra a origem do termo Jumento, uma homenagem deste blogue a uma personagem que por cá passou:

JUDEU
(Entusiasmado.) Heureca! achei o meu homem! O Cicerone que eu procurava há tanto tempo! (Dando-lhe o braço.) Vamos dar um passeio pela Parvónia.
CICERONE
A primeira coisa que há a fazer, para obter tudo o que quiser, eu lha digo já, – entretanto será sempre bom disfarçar o nome e a cara. Agora, para abrir caminho e conseguir tudo, absolutamente tudo, deve propor-se deputado. As eleições estão à porta.
JUDEU
Deputado! Mas se eu não souber ler nem escrever?
CICERONE
Melhor! pode já contar com a eleição; não há tempo a perder, vamos à igreja.
JUDEU
(Detendo-se.) Mas o demónio é o burro! aonde é que havemos de guardar este jumento?
CICERONE
Não tem dúvida. (Chamando um garoto.) Olé! vai-me meter este burro no Tribunal de Contas. (7) (Saem de braço dado.)

Aliás, as referências da jornalista da RR ao Jumento fariam dela um dos jornalistas que aparecem na comédia. Esperemos que o ministro da Administração Interna tenha também percebido alguma coisa, pois a figura que fez faz dele uma personagem póstuma e ridícula da Parvónia.

 Visitem o Tripadvisor

A PSP não sabia de nada do que acontecia na Urban Beach, a ASAE não sabia dos roubos no restaurantes dos carteiristas? Talvez não fosse má ideia as nossas autoridades, de segurança, fiscal ou de qualidade, começarem a ouvir as queixas e a verdade é que estas são feitas com mais frequência nas redes sociais do que no arcaico livro amarelo. Visitem o Tripadvisor.

No caso da Urban Beach há razões para suspeitar que a PSP fechava os olhos à situação, são várias as denuncias de queixas à PSP, sem que esta reagisse, no caso de um grupo de brasileiras o relato aponta para uma recusa em tomar conhecimento da ocorrência. Note-se que a poucos metros da discoteca h´um núcleo de investigação criminal da PSP e ali perto fica a esquadra do Calvário.

As denúncias de passividade por parte da PSP, incluindo as que terão ocorrido no caso mais recente, justifica um inquérito por parte da IGAI, para determinar a troco do quê a discoteca parece ter contado com o silêncio militante de agentes da PSP.

     
 Mais um idiota
   
«Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular e deputado na Assembleia Municipal de Lisboa, comentou o encerramento temporário da discoteca Urban Beach escrevendo que o facto de a decisão ter sido tomada por um Governo liderado por “um tipo moreno de ascendência indiana” é “karma”.

O karma vingou-se. Urban foi barrado de Lisboa por um tipo moreno de ascendência indiana”, escreveu o democrata-cristão na sua página pessoal de Facebook, que é pública.

O líder da Juventude Popular acabaria por editar a sua publicação dizendo que o objetivo deste comentário humorístico era “criticar os maus costumes em algum espaços de diversão noturna onde se pratica a discriminação e a violência raciais”.

Francisco Rodrigues dos Santos termina a “nota de rodapé”, acrescentada cinco horas depois do post original, com um apelo: “Não ao racismo e ao despotismo!”.» [Observador]
   
Parecer:

A verdade é que é nestes termos que a direita se expressa em privado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Exija-se um pedido de desculpas à líder da canalha.»
  
 Estado Islâmico pagará caro?
   
«O aviso foi deixado no Twitter, e 140 caracteres chegaram para passar a mensagem: o Estado Islâmico “pagará caro” qualquer ataque contra os Estados Unidos, disse, depois de confirmada a ligação ao Estado Islâmico do autor do atentado de terça-feira em Nova Iorque.

“O Estado Islâmico assegura que o animal degenerado que matou e feriu gravemente gente maravilhosa no West Side (em Manhattan) era um seu ‘soldado’. Por causa disso, o exército (norte-americano) bombardeou mais duramente o Estado Islâmico nos últimos dois dias. Pagarão caro por cada ataque contra nós”, escreveu Trump no Twitter.» [Observador]
   
Parecer:

Até agora quem mais combateu o Estado Islâmico, tendo invertido o curso da guerra na Síria, foi a Rússia, para desgostos dos EUA e dos seus aliados no golfo, grandes apoiantes do terrorismo islâmico.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver o resultado de tanta basófia..»