quarta-feira, março 08, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Assunção Cristas, "produtora" de Marias

Esta senhora vai longe...

«Aos 17 anos começou a namorar com um colega do secundário, uma sorte ter encontrado o amor tão cedo, não acontece assim a todos, sabe Assunção Cristas. A líder do CDS-PP deu uma entrevista à revista Maria. 

Na edição desta semana, Assunção Cristas falou sobre a sua vida pessoal, os seus quatro filhos – por que se chamam todos "Maria", rapazes e raparigas? Porque é cristã, responde, explicando de seguida o nome de cada um deles – e como concilia a família com a vida política. Numa entrevista de três páginas, a democrata-cristã assegura que, em casa, divide tarefas com o marido, Tiago Machado da Graça, e que “às vezes” até acaba por fazer mais. É essa aliás a razão que apresenta para não ter o quinto filho: “Eu gostava, mas sei que sobra muito para o meu marido. Não lhe posso exigir mais.”» [Público]

       
 Sucesso intelectual da Geringonça
   
«O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que apesar do sucesso intelectual internacional e do interesse académico e político pela solução governativa encontrada em Portugal, a chamada 'geringonça', esta "não tem funcionado bem para Portugal".

Durante a visita ao Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB), em Lisboa, Pedro Passos Coelho estava a provar um pastel de nata e a falar sobre as exportações da marca com o responsável, quando este, em tom de brincadeira, disse que não se tratava de "nenhuma geringonça".» [DN]
   
Parecer:

Pobre Passos, já não sabe como criticar a Geringonça e nem sequer esconder frustração de ver a solução política do governo português a ser elogiada no estrangeiro.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

 Estupidez ou campanha suja
   
«A campanha de António Costa terá tentado comprar posts favoráveis ao futuro primeiro-ministro em blogues de lifestyle durante as primárias do PS, no verão de 2014. Ana Garcia Martins, autora do blogue A Pipoca Mais Doce, foi uma das bloggers contactadas pelo Sapo (a plataforma onde está alojada a página), para fazer publicações elogiosas ao então candidato, que disputava com António José Seguro a nomeação como candidato dos militantes e simpatizantes socialistas para primeiro-ministro. A Portugal Telecom — empresa à qual pertence o Sapo — e bloggers contactados pelo Observador confirmam as tentativas de publicação de posts pagos. Já os responsáveis pela comunicação na campanha de Costa negam que o tenham feito.

O gabinete de comunicação da Portugal Telecom (PT) confirma ao Observador, por escrito, que o departamento comercial do Sapo fez essa proposta a vários bloggers, mas destaca que teve apenas o papel de intermediário. Fonte oficial da PT começa por explicar que “o Sapo faz a gestão comercial de alguns blogues nacionais, sendo apenas responsável pelo encaminhamento dos pedidos que chegam via anunciantes e agências de meios”, confirmando a existência de contactos nesse sentido: “O pedido em questão chegou-nos via agência de meios“, refere fonte oficial ao Observador. Destacando que uma empresa como a PT não se imiscui em questões partidárias, o gabinete de comunicação acrescenta ainda que o “Sapo não tem qualquer responsabilidade na tomada de decisão do que é solicitado, nem na aceitação ou não desses pedidos.”» [Observador]
   
Parecer:

Só um idiota procuraria promover-se numa eleição política com um post simpático das Pipoca M;ais Doce. Mas um espertalhão poderia ter lançado uma tentativa, sabendo que não teria despesa e assim difamar Costa.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»
  
 A vez da UTAO
   
«A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que o défice orçamental de 2016 em contabilidade nacional, a que conta para Bruxelas, se tenha situado em 2,3% do PIB, acima da última estimativa do Governo, que aponta para 2,1%.

"No que se refere a 2016, estima-se que o défice em contabilidade nacional se tenha situado em 2,3% do PIB (2,6% do PIB excluindo operações de natureza temporária), o que a confirmar-se deverá permitir o encerramento do Procedimento dos Défices Excessivos", afirmam os técnicos da UTAO numa nota enviada aos deputados a que a Lusa teve acesso.» [Público]
   
Parecer:

Parece que até a UTAO se converteu a Centeno.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se a UTAO sobre as causas dos seus erros de previsão.»

 Os meandros do tráfico de influências
   
«Por que razão uma empresa que se dedicava à jardinagem e ao desmatamento havia de precisar de contratar uma firma que tinha Marques Mendes, Miguel Macedo e um amigo deste último, Jaime Gomes, entre os seus sócios? À pergunta feita esta segunda-feira pelos magistrados do tribunal onde está a ser julgado o caso dos vistos gold, o gerente da firma de jardinagem Fitonovo, uma das muitas organizações investigadas neste processo, respondeu de forma singela: “Ajudava-me a marcar reuniões. Punha-me em frente do cliente”. No caso em apreço, graças aos bons ofícios da JMF - Projects e Business, a empresa que Jaime Gomes tinha juntamente com o então deputado social-democrata e com o ex-líder do PSD, o gerente da Fitonovo conseguiu ser recebido pelo presidente das Estradas de Portugal, Almerindo Marques.

“E com alguma rapidez. Era um cliente estratégico com quem nunca nos tínhamos conseguido reunir nem arranjado um contrato importante” de desmatamento das bermas das estradas, recordou o gerente da Fitonovo, João Navarro, ouvido em tribunal como testemunha. Para que as portas da administração pública se lhe abrissem bastou-lhe contratar, primeiro à percentagem e depois à razão de seis mil euros por mês, a JMF. Pelo menos é essa a tese do Ministério Público, segundo o qual a única actividade comercial desta empresa consistia na facilitação de contactos privilegiados no âmbito da contratação pública. E João Navarro, que chegava a enviar a Jaime Gomes por correio electrónico o nome de membros de júris de concursos públicos em que tencionava participar, mensagens essas que depois eram reencaminhadas para outros sócios da JMF, não a desmentiu – embora alegue não se recordar de ter ganho nenhum concurso graças a esta assessoria comercial. “Mas qual era o interesse de enviar para Jaime Gomes o nome do presidente do júri de um concurso” aberto pela Câmara de Lisboa ou do Porto? – quis saber, a dado ponto, o presidente do colectivo de juízes do Campus da Justiça de Lisboa, Francisco Henriques. “O meu interesse era reunir-me com ele, apresentar a Fitonovo”, repetia o gerente da firma de jardinagem. O que lhe valeu um comentário ácido do magistrado: “Sabe que um concurso público não funciona com apresentações, não sabe?”.

Em 29 de Junho de 2011, após tomar posse como ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que também é arguido neste processo, tal como Jaime Gomes, desvinculou-se da JMF, que cessou actividade em 2013. E nunca terá tido grande ligação a esta firma, assegurou uma sócia sua na advocacia também ouvida esta segunda-feira em tribunal: "Depois de ter assumido a liderança da bancada parlamentar do PSD, em 2010, a sua vida resumia-se a isso."» [Público]
   
Parecer:

Quem cabritos tem e cabras não tem...
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 O MP é muito curioso
   
«A Autoridade Tributária e Aduaneira tem recusado partilhar com o Ministério Público (MP) informação fiscal ligada a transferências de dinheiro para offshores no âmbito de processos de prevenção de branqueamento de capitais. A situação foi confirmada ao DN por um procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), considerando "insólita" a posição do fisco, que tem alegado "sigilo fiscal" para não partilhar informação com os procuradores que acompanham as transferências de dinheiro. "Estamos num ponto em que, por incrível que possa parecer, os bancos colaboram mais do que as Finanças", sintetizou o magistrado ouvido pelo DN.

Os processos de prevenção do branqueamento de capitais, tecnicamente chamados de averiguações preventivas, começam, na maioria dos casos, com comunicações bancárias, dando conta de movimentos financeiros suspeitos. Se o Ministério Público "pudesse confirmar qual o status fiscal dos autores da transferência, tudo estaria bem, pois em caso de crime abria-se inquérito e, se necessário, bloqueava-se o dinheiro", continua a mesma fonte, acrescentado que se estivesse em causa "apenas" uma contraordenação em função do valor do imposto em dívida, o MP ou a Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária comunicavam à AT para tramitar o processo contraordenacional.

O problema, refere o mesmo procurador, é que sem indícios de um crime precedente ao branqueamento, o Ministério Público não pode atuar rapidamente.» [DN]
   
Parecer:

Com o argumento do combate ao branqueamento de capitais o MP ainda vai querer ter conhecimento das mesadas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Taxas moderadoras
   
«São cada vez mais utentes que acham que estão a pagar um valor justo pelos cuidados de saúde que recebem, mas também pelo preço dos medicamentos. Apesar desta tendência ainda há muitas pessoas que não conseguem aceder aos cuidados de saúde e medicação por causa dos seus custos. No ano passado, segundo o estudo Índice de Saúde Sustentável 2016, houve um potencial de 2,7 milhões de cuidados de saúde não prestados e perto de 12% de pessoas que não compraram medicamentos por causa do seu valor. Ainda assim números inferiores aos registados no ano anterior.

De acordo com o estudo da Nova Information Management School, apresentado hoje na conferência Abbvie/TSF/DN, que tem por base um índice de zero a 100, a adequação do preço está nos 59 pontos, um aumento em relação aos anos anteriores. "Significa que a perceção dos utilizadores relativamente ao preço do sistema, quer no que diz respeito às taxas moderadoras, ao preço dos medicamentos e comparticipação do Estado, está a evoluir positivamente e de forma significativa. Quase 40% dos utilizadores consideram o valor das taxas moderadoras como adequados ou muito adequados e praticamente 50% dos utilizadores consideram que o preço dos medicamentos e a comparticipação do Estado é adequado ou muito adequado", explica Pedro Simões Coelho, autor do estudo.» [DN]
   
Parecer:

Parece que estas taxas moderam mesmo o acesso aos serviços de saúde.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»