domingo, março 12, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Carlos Costa, governador do BdP

Carlos Costa tentou escapar aos efeitos do programa "Assalto ao Castelo", transmitido na  SIC, com uma entrevista ao Público, onde tenta influenciar a opinião pública, desvalorizando dessa forma a sua ida ao parlamento. Só que a resposta de Ulrich não tardou e agora o debate é feito na praça pública e a direita não pode dizer que é um assalto da esquerda ao BdP.

O tiro de Carlos Costa saiu pela culatra, se dantes se podia fazer de vítima de uma esquerda que não respeita a independência do banco central, agora é atacado por banqueiros no seu ponto mais vulnerável, a competência.

«O presidente do Conselho de Administração do BPI, Fernando Ulrich, não gostou de ouvir o governador do Banco de Portugal a desvalorizar os seus alertas de 2013 sobre a situação do Grupo Espírito Santo, na entrevista que deu ao PÚBLICO esta semana. E enviou de imediato uma carta a Carlos Costa, para "repor a verdade dos factos".

Num email enviado ao PÚBLICO, Ulrich é sucinto sobre o teor dessa missiva: "Na entrevista com o senhor governador do Banco de Portugal, a dada altura consta a seguinte afirmação: 'O documento que me é entregue pelo Dr Fernando Ulrich foi produzido num contexto diferente, que admito que tenha sido de assessoria num conflito entre partes.' Esta afirmação não é correcta, por isso enviei uma carta ao sr. governador do Banco de Portugal, na qual reponho a verdade dos factos".

Recorde-se que, naquela entrevista, Carlos Costa dizia que o documento que lhe foi entregue pelo presidente do BPI não acrescentava informação face ao que o Banco de Portugal já sabia da situação do GES. "O documento foi entregue em Agosto de 2013. Nesse momento, o Grupo GES já tinha sido identificado como uma das grandes entidades devedoras do sistema. E já estávamos a preparar o ETRIC 2, que é um pedido aos auditores para, numa área que não era da nossa supervisão, emitirem os seus pareceres sobre a solidez financeira das instituições(...). O BPI entregou um documento que foi devidamente tido em conta, embora não acrescentasse ao que já conhecíamos."

Depois na mesma entrevista, com insistência do PÚBLICO, Carlos Costa foi um pouco mais longe: "O documento que me é entregue pelo dr. Fernando Ulrich foi produzido num contexto diferente, que admito que tenha sido de assessoria num conflito entre partes. Não tem a mesma natureza nem da auditoria feita pela KPMG nem pelos documentos financeiros que nos foram dados."» [Público]


 As dúvidas que me atormentam a alma (em 24 de Fevereiro)



Quantas das empresas ou personalidades donos dos 10.000.000.000€ transferidos discretamente para inocentes offshores solarengas serão clientes do actual ou anterior escritório de advogados de Paulo Núncio?

E já que falamos de Paulo Núncio, para quando a sua tão esperada e badalada promoção a sócio da Morais Leitão?


Enfim, até parece que tenho um dedo que adivinha.

 Testemunhos para memória futura




 CGD

O que mais impressiona na CDG é que depois de tantos milhares de milhões de prejuízos não haja um único administrador, director de crédito ou responsável de agência responsabilizado pela concessão de um crédito sem o mínimo de rigor e de defesa dos interesses do banco. Conheço um único caso de concessão de um crédito em condições duvidosas e não entendo como é possível conceder um milhão de euros sem quaisquer garantias reais ou sem sequer verificar a propriedade das supostas garantias oferecidas.

Nenhum gestor de uma agência ou coordenador responsável por concessão de créditos foi demitido ou investigado? Os responsáveis pela auditoria interna estavam a dormir?

Se os esquemas do banco forem mantidos o mais provável é que daqui a uns anos a CGD seja mais um banco a ser vendido ao primeiro que aparecer.

 Receitas de Pantagruel

Alguém de má a receita que permitiu transformar Miguel Relvas em banqueiro?

 Estava escrito nas estrelas

Depois de tudo o que aconteceu era impossível o o processo Caso Marquês ser arquivado sem qualquer acusação. O mais divertido é que depois de anos de rastreio investigador ao país os investigadores encontraram a forma de acusar recorrendo ao BES já com o fim do prazo à vista. Enfim, coincidências.

 Dúvidas que me atormentam

Agora o Ministério Público convoca os arguidos para interrogatórios através da comunicação social? Se assim é faltou dizerem a que horas e em que local José Sócrates deve apresentar-se ao procurador e ao fiscal de Braga,

Só mais uma pequena interrogação, já  investigaram mais blogues socráticos no âmbito do Casos Marquês?

      
 Coincidências levadas da breca
   
«O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, foi advogado durante três anos da empresa petrolífera venezuelana PDVSA, uma das principais protagonistas da saída de dez mil milhões de euros para o Panamá, que está na base da polémica das offshores. As receitas da petrolífera terão sido uma parte substancial dos 7,8 mil milhões de euros de transferências que saíram do BES e tiveram como destino aquele paraíso fiscal. O antigo governante fez parte da equipa do escritório de advogados Garrigues — que confirmou a informação ao Observador — que trabalhou com o braço da petrolífera na Europa (PDV Europe) entre 2008 e 2010. Paulo Núncio estava no Governo quando as transferências da petrolífera foram feitas (e comunicadas pelo BES) mas não registadas pela Autoridade Tributária entre 2012 e 2014.

O Jornal Económico dava conta esta sexta-feira que uma parcela “significativa” dos 7,8 mil milhões de euros que saíram do BES eram receitas da venda de petróleo da PDVSA, que o próprio ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, apontou como um dos seus maiores clientes e que chegou a ter depósitos superiores a 2 mil milhões de euros no banco. Do BES partiram 80% dos 10 mil milhões de euros que foram enviados para paraísos fiscais entre 2011 e 2014. Parte serviu para a petrolífera venezuelana, durante o tempo de Núncio, retirar o dinheiro de Portugal e colocá-lo no Panamá.

Ao Observador, fonte oficial da Garrigues confirma que Paulo Núncio tinha trabalhado com a PDV Europe até dois anos antes de começarem as transferências:

A Garrigues não está autorizada a pronunciar-se sobre a identidade dos seus clientes e ou sobre as concretas relações de prestação de serviços que mantém com estes salvaguardadas as situações previstas na lei para o levantamento do segredo profissional. A Garrigues entende poder confirmar, até porque é do domínio público, que em várias ocasiões prestou serviços jurídicos para o Banco Espírito Santo, não tendo o Dr. Paulo Núncio, no período em que trabalhou na Garrigues, integrado equipas que acompanhassem assuntos relativos ao BES. Os serviços prestados à PDV Europe entre 2008 e 2010, período em que esta entidade foi cliente da firma, foram prestados por uma equipa na qual também estava integrado o Dr. Paulo Núncio.”» [Observador]
   
Parecer:

Este Paulo Núncio é um azarento.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Bdp passou a ser transparente?
   
«A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) tem um perfil de risco “de nível elevado”, as suas exposições estratégicas “não garantem uma gestão sólida” e verifica-se uma “consistente degradação da qualidade das carteiras dos clientes”. Estes são alguns dos alertas deixados pelo relatório do Banco de Portugal (BdP) sobre a supervisão da CEMG revelado pelo Expresso deste sábado.

Os técnicos do BdP analisaram o exercício de 2016, o primeiro da responsabilidade de José Félix Morgado, que sucedeu a Tomás Correia na presidência do Montepio.

No documento, o BdP sublinha a “fragilidade dos procedimentos e do controlo de qualidade dos dados dos diversos sistemas da instituição”, o que é relevante “tendo em conta a importância que as operações de trading tiveram na rentabilidade da operação”.» [Público]
   
Parecer:

Quando o governador do BdP está atrapalhado com o seu desempenho do BES eis que um relatório escapa pela primeira vez à confidencialidade tradicional do BdP para que a populaça saiba que carlos Costa foi um duro com o Montepio. Perceberam a  manobra? É uma pena que o BdP não tenha adoptado o mesmo critério em relação ao comportamento de Carlos Costa noutras situações.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Carlos Costa quais os novos critérios de confidencialidade no BdP.»


 A Dra. Teodora enganou-se
   
«Os nomes de Teresa Ter-Minassian e Luís Vitório, indicados pelo Banco de Portugal (BdP) e o Tribunal de Contas (TdC) para o Conselho das Finanças Públicas (CFP), foram chumbados pelo Executivo. Se a oposição ao antigo chefe de gabinete de Paulo Macedo no Ministério da Saúde já era conhecida desde Fevereiro, o chumbo da antiga economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) é agora avançado pelo Jornal de Negócios.

A decisão surge numa altura de grande tensão entre o Governo e os partidos que suportam o Executivo no Parlamento, por um lado, e o BdP de Carlos Costa e a CFP liderada por Teodora Cardoso. A 2 de Março, a presidente do CFP tinha expressado em entrevista ao PÚBLICO e à Renascença o incómodo gerado pela demora do Governo em tomar uma decisão sobre os dois nomes em cima da mesa para entrar na instituição.» [Público]
   
Parecer:

Um dia destes a Dra. Teodora vai achar que o estatuto lhe permite assumir as funções de líder da oposição.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»


 Esta Assunção tem sentido de humor
   
«"Neste momento é muito claro que não houve nenhuma responsabilidade política no que tem a ver com as transferências [para paraísos fiscais] em concreto", afirmou a presidente do CDS, que falava aos jornalistas, hoje, em Perrães, à margem de uma visita a um lar de idosos do Complexo Social da Associação dos Amigos de Perrães (AMPER), localidade da freguesia de Oiã, no concelho de Oliveira do Bairro (distrito de Aveiro).

"Às vezes há uma tentativa de confundir os temas entre o que é publicar informação e o que é a informação que existe", sustentou.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Enfim, Paulo Núncio teve um momento de elevação de carácter desnecessário.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»


 Deve ser para afugentar os investidores
   
«De convidado para conferências, Marcelo Rebelo de Sousa passou a organizador. Objetivo: ajudar a colocar a aposta no investimento no topo da agenda do país. Preocupado com o estado da economia, focado na urgência de pôr o país a crescer e convicto de que o investimento é uma prioridade absoluta, o Presidente da República decidiu promover uma conferência sobre “O investimento em Portugal”, numa “organização da Fundação Gulbenkian por iniciativa do Presidente da República”. É na quarta-feira. António Costa fala na abertura e Marcelo no encerramento.

Da extensa lista de convidados consta a presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, que Marcelo Rebelo de Sousa decidiu chamar ao debate depois das críticas que lhe foram dirigidas, quer pelo Governo, que não gostou de a ouvir dizer que o défice deste ano era fruto de um milagre, quer pelo próprio Presidente, que ironizou que milagres só os de Fátima. Teodora irá participar no primeiro painel da conferência, sobre “O investimento e a sua importância, a poupança”, ao lado de Isabel Horta Correia, do Banco de Portugal, e José Félix Ribeiro, economista. A moderação é de Miguel Cadilhe.» [Expresso]
   
Parecer:

Não estou a sugerir que a senhora assusta os investidores pela sua belexa, mas sim pelo prazer que parece sentir em colocar dúvidas sobre Portugal.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo discurso da Dra. Teodora.»