terça-feira, agosto 23, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura



  
 Jumento do dia
    
Assunção Cristas

No dia em que foram divulgados dados sobre o desemprego a líder do CDS preferiu outros indicadores, revelando maior apetência pela desgraça.

«"Na economia, o que nós vemos é um crescimento muito anémico", afirmou Assunção Cristas, reportando-se aos dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal em relação à subida da dívida pública para os 131,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre.

De acordo com o boletim estatístico de junho do Banco de Portugal, nos primeiros seis meses do ano, a dívida das administrações públicas, na ótica de Maastricht (a que conta para Bruxelas), aumentou para os 240.019 milhões de euros, mais 2.402 milhões de euros do que em março deste ano e mais 8.674 milhões de euros do que em dezembro do ano passado.» [Notícias ao Minuto]

      
 Empresários à portuguesa
   
«Algumas empresas estão a exigir aos estagiários que participam em programas de estágio do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) que devolvam parte dos seus rendimentos, escreve esta segunda-feira o Jornal de Notícias. Dos 691 euros que um estagiário com licenciatura recebe por mês, entre 20 e 35% é financiado pela empresa em que é feito o estágio, sendo o restante suportado pelo IEFP. É essa percentagem financiada pela empresa que os patrões estarão a exigir de volta. Alguns estagiários estarão também a ser forçados a suportar a taxa social única (TSU), de 23,75% sobre a bolsa de estágio, e que é da responsabilidade do empregador.

A denúncia partiu do presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Hugo Carvalho. “Têm chegado ao nosso conhecimento inúmeras denúncias ao longo do tempo, mas não podemos fazer nada. Os jovens não querem avançar com queixas junto das autoridades, porque agem em conluio com as empresas e sabem que eles próprios estão a cometer uma ilegalidade”, disse o responsável ao Jornal de Notícias. Estes casos são mais frequentes na arquitetura, no pequeno comércio, na advocacia e na psicologia, de acordo com o jornal. O presidente do Conselho Nacional da Juventude acrescentou ainda que os jovens “atualmente já nem têm consciência de que o que estão a fazer é errado, porque todos o fazem no final do curso, como forma de ingresso no seu setor de atividade profissional”.» [Observador]
   
Parecer:

Neste pobre país não parece existirem limites para a falta de vergonha e ainda há quem diga que a falta de competitividade está nos salários baixos, para estes salafrários só mesmo a escravatura.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  
 Pobres rapazes
   
«Estão a correr nos tribunais, pelo menos, 10 processos judiciais contra o Estado movidos por antigos dirigentes do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que foram afastados dos cargos pelo atual Governo, noticia o Público na edição desta segunda-feira.

Até maio deste ano, o Governo de António Costa substituiu cerca de 120 dirigentes nomeados pelo Executivo PSD/CDS-PP, justificando as decisões com a necessidade de dar uma “nova orientação à gestão”. Desses, pelo menos 10, pedem que a decisão seja anulada e reclamam a devolução dos cargos, alegando que as exonerações foram “ilegais”. As ações deram entrada em Lisboa, Porto, Loulé, Aveiro, Coimbra e Leiria, escreve o mesmo jornal.

Um dos argumentos utilizados é o de que parte destes dirigentes passaram por um processo de seleção independente, por parte da Cresap. A defesa alega ainda que os visados nunca foram confrontados com a necessidade de imprimir nova orientação à gestão dos serviços.» [Observador]
   
Parecer:
O PSD arranjou uma forma de os seus boys ficarem nos tachos para além do fim da legislatura, inventou a fantochada dos concursos para os altos cargos, arranjaram uns bananas para os organizar e o PS de Seguro engoliu. Agora o PSD quer mandar na Administração Pública.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Igreja Católica mal habituada
   
«O Ministério das Finanças garante ao Expresso que o Estado não está a violar a Concordata com as notificações a cobrar o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) que aumentaram nas últimas semanas e que incidem, em alguns casos, sobre património da Igreja, que nunca pagou até hoje este imposto.

“O atual Governo não introduziu qualquer alteração legislativa nesta matéria, nem emitiu qualquer orientação no sentido de serem retiradas quaisquer isenções previstas na Concordata. No âmbito das suas funções, os serviços da Autoridade Tributária identificam e corrigem quaisquer eventuais isenções que estivessem a ser aplicadas sem apoio legal, desde logo em incumprimento da Concordata aprovada em 2004", respondeu o Ministério das Finanças de Mário Centeno, questionado sobre se o Governo entendia, como alguns responsáveis eclesiásticos admitiram no final da semana passada, que se está perante uma violação do acordo de Portugal com a Santa Sé.» [Expresso]
   
Parecer:

É uma pena que os cidadãos não possam recorrer aos bons ofícios do Vaticano.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»