sábado, abril 02, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do dia
    
Rui Rio

Rui Rio é o ausente do congresso do PSD, um ausente que prefere não ir a jogo e, tal como fez com as presidenciais, esperar pela ocasião mais indicada para ver se tem oportunidade de chegar a primeiro-ministro. Este comportamento revela um político mais preocupado com o seu umbigo do que com o seu partido ou com o seu país. Enfim, é um caso perdido.

 Cristas e Passos

Paulo portas teve a lucidez que Passos não tem, uma diferença que se compreende facilmente se considerarmos que o ex-líder do CDS tem a inteligência pessoal e política que escasseira nos recursos intelectuais do líder do PSD, por isso percebeu que ou saia ou teria de se arrastar na liderança do CDS. O CDS fez um congresso e mudou a agulha.

Passos preferiu representar a pantomina do primeiro-ministro no exílio, isolou-se, e parece falar como uma vítima, logo ele que adoptou políticas que fizeram centenas de m ilhares de vítimas. Agora não sobe como sair do beco, isola-se cada vez mais e arrasta o PSD para a sua estratégia suicida. O CDS de Cristas agradece, sem votar nada de forma favorável aparece aos olhos dos eleitores como a oposição construtiva. O mesmo Passos que usava o consenso como estratégia para condicionar o PS de Seguro está agora a beber o veneno que serviu à oposição e é Costa que todos os dias o desafia para um diálogo impossível.

Não era só Paulo portas que tinha mais dois palmos de inteligência do que Passos Coelho, Assunção Cristas tem a mesma vantagem em relação ao líder do PSD.

      
 Até sempre
   
«Este é um dia diferente. Pela primeira vez, neste lugar, escrevo na primeira pessoa. É o momento em que me despeço da direcção do Negócios, um jornal com a melhor equipa de jornalistas de economia do país que tive a honra de dirigir.

Hoje somos o jornal de economia de Portugal. Porque a equipa do Negócios está aqui para dar aos seus exigentes leitores informação rigorosa, livre e independente. 

Cheguei a esta redacção em 2008 a convite de Pedro Santos Guerreiro numa equipa com Luísa Bessa e João Cândido da Silva. Estávamos a começar a perceber que iríamos viver uma crise histórica. No dia 25 de Novembro de 2013, assumi a direcção, com André Veríssimo, Nuno Carregueiro e Celso Filipe. Fomos a direcção de uma equipa fantástica, dedicada, a pensar apenas nos leitores – nunca é demais dizê-lo. Nos tempos da troika como na actual conjuntura, de incerteza constante, de instabilidade, a nossa concentração está sempre no leitor, no serviço público que prestamos através da informação. É nos momentos conturbados que a informação é um bem ainda mais precioso, para dar a certeza possível negada pela incerteza dos tempos.

Não é segredo para ninguém. Os media enfrentam desafios que exigem uma dedicação enorme dos jornalistas. Em Portugal, esses desafios são aumentados pela falta de regulação e por um Estado que está em todo o lado. São todos estes obstáculos que a equipa do Negócios vence, todos os dias, num espírito de serviço público, mostrando aos leitores que a informação tem valor porque é feita por jornalistas, que não escrevem a primeira coisa que lhes contam, que validam a informação. Na era das redes sociais em que todos podem escrever tudo, é a nós jornalistas que cabe o papel de separar o trigo do joio. Nunca como hoje a informação rigorosa, independente e livre foi tão importante. Mas também nunca como hoje foi tão difícil de fazer. Nunca como hoje a informação que importa, livre e independente, exigiu tanta dedicação, tanto espírito de serviço público. Mas é assim que é a equipa Negócios, aquela que faz o jornal de economia de Portugal. 

É aos nossos leitores, que sabem o valor da informação, que deixo o meu obrigada por terem feito de nós o jornal de economia. É à equipa Negócios que faço a minha vénia pela informação que fazem. Eu vou continuar a ler o Negócios, ao minuto no digital, nos cinco dias da semana no papel.» [Jornal de Negócios]
   
Autor:

Helena Garrido.

      
 Gostamos muito do papa
   
«Um estudo feito a nível global pela WIN/Gallup International mostra que Portugal é o país onde o Papa Francisco é mais apreciado. Mais de 63 mil pessoas fizeram parte deste estudo, que abrangeu 64 países, e visou perceber qual a personalidade mais apreciada no mundo inteiro.

Além de Portugal, que teve 94% de opinião favorável sobre o Papa Francisco, aparecem em segundo lugar as Filipinas com 93% e a Argentina com 89%. O trabalho estima que cerca de 54% da população mundial tem uma opinião positiva do Papa. Contudo, 12% tem uma opinião desfavorável e 34% não tem opinião.» [Observador]
   
Parecer:

É do papa e do Marcelo...
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 O PSD e o CDS andam muito mudados
   
«O texto de condenação votado pelo PSD e pelo CDS em 2003 denunciava uma pena “escandalosamente pesada” de 12 ativistas políticos, a 20 anos de prisão. Dessa vez não era em Angola. Era em Cuba. Nesse ano, quando os dois partidos estavam coligados no Governo chefiado por Durão Barroso, o líder parlamentar do PSD era Guilherme Silva. Este antigo dirigente social-democrata diz ao Observador que não compreende o voto do seu partido esta quinta-feira, no Parlamento, contra a condenação dos presos políticos em Angola. “Tenho alguma dificuldade em perceber, nesta altura da nossa vida coletiva, que abdiquemos dos nossos princípios. Em matéria de princípios, o voto do PSD devia ter sido de condenação. Eu teria votado a favor. É a minha posição pessoal”, afirma o antigo deputado madeirense.

À semelhança dos votos apresentados pelo PS e pelo Bloco de Esquerda em relação à condenação do grupo dos 15+2 em Angola, o voto de condenação de 2003, apresentado pelo próprio CDS, mostrava-se contra as sentenças por delito de opinião. Estas condenações, ainda do tempo de Fidel Castro, ocorreram ao abrigo da apelidada “Lei da Mordaça”, que previa sentenças até 20 anos para quem tentasse lesar a soberania e identidade de Cuba, sendo usada para travar ativistas políticos e dos direitos humanos. Apesar de uma iniciativa do Bloco de Esquerda no mesmo sentido ter sido rejeitada no Parlamento, o texto de condenação do CDS foi aprovado pelos centristas, pelo PSD e pelo PS.» [Observador]
   
Parecer:

Não convém estragar os negócios de amigos como o Miguel Relvas.

Por cá dizem cobras e lagartos do perigo comunista e do extremismo do PCP e do BE, mas quando está em causa dinheiro que unta os votos foi o espectáculo triste que se viu.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»

 França investiga aquilo que Portugal faz de conta que não vê
   
«O condutor e o proprietário da carrinha envolvida no acidente que causou a morte a 12 emigrantes portugueses em França, no passado fim-de-semana, foram acusados de homicídio involuntário agravado, avançou esta segunda-feira a AFP.

O condutor é um português de 19 anos, o único sobrevivente do acidente, que apenas partiu o pulso, e o proprietário do veículo é o seu tio, que acorreu ao local do acidente e não seguia no mesmo veículo.

Os dois homens foram detidos provisoriamente até segunda-feira e os seus advogados estão a preparar a defesa. "Esta detenção nada tem a ver com uma decisão, que será posterior, sobre se os dois se vão manter presos", disse à AFP o procurador de Moulins, Pierre Gagnoud. “Este é um inquérito que vai ser de longa duração e vai necessitar de investigações no estrangeiro”.» [Público]
   
Parecer:

É óbvio que há aqui muito para investigar neste negócio oportunista de transporte de emigrantes e só se lamenta que em Portugal nada tenha sido feito.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à ministra da Justiça se ouviu falar do assunto e ao ministro das Finanças se o transportador é um contribuinte exemplar.»

 O incompetente Subir Lall voltou
   
«O Fundo volta a defender que, para cumprir as metas orçamentais, o Governo tem de adoptar mais medidas e que estas terão de incidir nos salários e nas pensões. “Reformas na despesa são necessárias para conter as pressões dos salários da função pública e das pensões, que representam 25% do PIB”, diz o Fundo que vê as medidas adoptadas no OE para estas áreas como um recuo no caminho desejado. As mudanças orçamentais recentemente adoptadas vão prejudicar o equilíbrio da economia, com o foco a transferir-se da melhoria da competitividade para o apoio a sectores não exportadores”.

Perante este cenário, ao avaliar a capacidade de Portugal para cumprir com o pagamento da dívida que tem face ao FMI, os técnicos desta instituição apresentam um discurso muito prudente. Avisam que nos mercados “novas reversões de política ameaçariam a confiança dos investidores” e dizem que embora “se espere que os riscos para a capacidade de Portugal pagar ao Fundo seja gerível no cenário base”, estes “estão a subir”.

Com base na opinião dos técnicos que estiveram na missão a Portugal no início do ano (liderados por Subir Lall), o conselho executivo do FMI (liderado por Christine Lagarde) fez a sua avaliação da situação portuguesa. Elogia “o compromisso das autoridades portuguesas em relação à sustentabilidade orçamental e da dívida”, mas destaca “a importância de desenvolver planos de contingência para garantir que os objectivos do orçamento de 2016 são cumpridos, racionalizando a despesa pública para conter as pressões provenientes dos salários da função pública e das pensões e manter as almofadas orçamentais”.» [Público]
   
Parecer:

É uma pena que este senhor insista em políticas que não fundamenta e se recuse a admitir o falhanço da sua intervenção em Portugal.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se à senhora Lagarde que mande alguém mais competente do que o Subir.»

 Carlos Costa assegurava que o BANIF era viável
   
«No dia 15 de Novembro de 2012, o governador do Banco de Portugal (BdP) submeteu ao ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar, “uma proposta de decisão” sobre o Banif. Esse era, segundo Carlos Costa, “um dos temas críticos das negociações” para a conclusão da sexta avaliação da troika. Resolver a situação do Banif, e com urgência, explicava o governador na carta, “é necessário para que se conclua positivamente a referida avaliação”.

Nessa carta, Costa defende uma injecção de 1,4 mil milhões de euros de dinheiro público no banco. E considera que esta é a melhor solução – afastadas que estavam, por Gaspar, as hipóteses de liquidação ou nacionalização. Sobrava outra: a resolução. Mas, na longa exposição do governador, essa é considerada uma opção desvantajosa, não só por nunca ter sido testada, como por causar mais riscos para o sistema financeiro. Curiosamente, essa seria a opção defendida pelo mesmo responsável para um banco muito maior, o BES, um ano e meio depois. E agora, em Dezembro de 2015, para o mesmo Banif...

Vítor Gaspar reagiu “com surpresa”. Não só pelos valores em causa, mas também pelos “riscos” que o governador apontava à hipótese de resolução. O ex-ministro das Finanças do anterior Governo PSD/CDS reagia negativamente à posição do BdP por estar “limitando consideravelmente as opções ao dispor do Estado”. Gaspar contestava, com uma fina ironia nas entrelinhas, até a interpretação que o governador apresentava das competências constitucionais do Governo e do supervisor. E lançava uma frase acutilante: “O recurso ao financiamento público (…) faz supor um funcionamento do sistema de prevenção”. Ou seja, o BdP falhou no Banif, se é preciso recapitalizar o banco.

Mas o ponto que se torna hoje ainda mais actual é o que Gaspar faz questão de sublinhar: o Banif era, segundo a apreciação do BdP na altura, “uma instituição de crédito viável.” Gaspar duvidou e enviou 21 perguntas para o governador. Mas terá sido Carlos Costa a atestar essa viabilidade. Sem isso, a capitalização pública teria sido impossível.» [Público]
   
Parecer:

O papel deste senhor parece ter sido muito duvidoso, enterrou o Estado no BANIF para proteger os amigos da banca privada e montar a farsa da saída limpa.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»

 Isto começa a parecer a Síria
   
«Uma explosão numa caixa multibanco na Amora, concelho do Seixal, na madrugada desta sexta-feira causou elevados danos no edifício e na zona envolvente, com os moradores a serem retirados do prédio, informou fonte policial.

"O caso ocorreu cerca das 3h50, com uma explosão numa caixa multibanco. Não há feridos a registar, mas o prédio onde a caixa se localizava ficou em muito mau estado e a loja [onde estava instalada] ficou destruída. Foram também afectadas sete viaturas que estavam estacionadas e também outros prédios, devido aos estilhaços", disse à Lusa fonte da PSP.

Segundo a mesma fonte, os suspeitos colocaram-se em fuga depois da explosão.

"Os moradores do prédio onde se localizava a caixa multibanco foram retirados por haver perigo iminente de derrocado do imóvel. A protecção civil e os bombeiros estão no local a avaliar a situação. Está a ser investigado se foi utilizado gás ou outro tipo de explosivo, mas foi uma situação fora do normal neste tipo de ocorrências", explicou.» [Público]
   
Parecer:

Se um grupo de marginais consegue fazer explodir uma loja quando provocando a derrocada de um prédio é fácil de concluir que Portugal está em perigo pois só não provoca explosões quem não quer.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à PJ que investigações tem feito às sucessivas explosões das máquinas ATM.»
 O padrinho de Passos está descontente
   
«O histórico do PSD Ângelo Correia disse hoje ao DN que não espera "nada de especial"do XXXVI Congresso do PSD, que hoje se inicia em Espinho, considerando que a reunião magna do partido é "totalmente previsível". O antigo presidente da mesa do congresso tem "pena" que este seja um "congresso de quase unanimismo".


Ângelo Correia diz que a "unidade é importante", mas "mesmo dentro dessa unidade era bom que este fosse um congresso onde fossem discutidas diferenças". Como conselho ao partido, uma vez que não participará no congresso, o social-democrata atira: "Aproveitem para meditar. Meditem muito".» [DN]
   
Parecer:

Parece que Ângelo Correia não está apreciando a obra que ele próprio criou.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Corporativismo doentio
   
«O Governo retirou à Polícia Judiciária (PJ) os contactos e as trocas de informações com a Europol e a Interpol, passando estas autoridades internacionais a funcionarem sob a égide do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, comandado pela procuradora-geral adjunta Helena Fazenda.

A decisão foi tomada na reunião da passada segunda-feira do Conselho Superior de Segurança Interna, presidido pelo primeiro-ministro, António Costa, que debateu a estratégia de combate ao terrorismo e abriu uma guerra dura entre os inspectores da PJ e o Governo.

Segundo o Governo, esta medida visa “incrementar a cooperação policial e contribuir para uma melhor coerência da troca e partilha de informações com os parceiros internacionais”.

Já a Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da PJ (ASFIC/PJ) vê nela “o culminar de uma guerra que nos últimos anos tem sido movida à PJ por um conjunto de interesses associados”. Fala mesmo numa “aversão à PJ” que “cresceu na proporção em que cresceram os processos por corrupção e criminalidade económica e financeira e outros bem conhecidos”. Acrescenta ainda tratar-se “de um miserável aproveitamento do medo” para “mais uma e decisiva investida do poder político na redução e no apoucamento do papel institucional da Polícia Judiciária”.» [Público]
   
Parecer:

Era o que faltava que a segurança do país estivesse entregue a um sindicato de meia dúzia de polícias.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»