sexta-feira, abril 01, 2016

O congresso absurdo

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O PSD está satisfeito com a liderança de Pedro passos Coelho, ninguém naquele partido discorda da estratégia que tem sido seguida e muito menos com as políticas adoptadas pelo anterior governo. Se não fossem as posições de Pacheco Pereira e de uma ou outra crítica inconsequente de Manuela Ferreira Leite dir-se-ia que Passos Coelho com um apoio unânime com que nem sequer Sá Carneiro imaginou.

Rui Rio foi um apoiante firme do actual líder e só não foi o seu candidato presidencial porque o eleitorado impôs a candidatura de Marcelo rebelo de Sousa. Pelas posições que tem assumido não parece ter grandes discordâncias em relação a Passos Coelho. O mesmo se pode dizer de outros antigos líderes como Durão Barroso ou Pinto Balsemão, ou mesmo Cavaco Silva, todos eles firmes apoiantes das políticas adoptadas pelo anterior governo.

No próximo domingo iremos ver um partido unido como nunca se viu, o congresso até vai ser um pouco entediante, com sucessivos oradores a prestar homenagem a Passos, a elogiar o seu desempenho governamental, a protestar contra a contra reforma seguida por António Costa. Veremos um partido unido em torno de Passos Coelho.

Em condições normais este deveria ser considerado um congresso de rotina, não há divergência, há um apoio unânime a Passos, o partido está unido em torno dos valores social-democratas de Passos, que, como é sabido, o são desde sempre. Se não fossem os estatutos do partido nem faria sentido realizar este congresso. O problema é que tudo isto é mentira.~
 Passos Coelho para a liderança do PSD sabem que na primeira oportunidade votaA maior parte dos que votaram em Passos Coelho votarão para o derrubar logo que haja oportunidade. Quase todos os que vão pedir a palavra no congresso para elogiar Passos, dizem cobras e lagartos dele em privado. Os que dizem não ir ao congresso para não o perturbar não hesitarão em meter o PSD de pernas para o ar na hora de derrubar Passos Coelho.
  
Num país que precisa de ideias e de superar uma crise o maior partido da oposição dá este espectáculo triste, uma farsa de cobardia, mentira e graxa que apenas serve para deixar Passos Coelho a marinar até que surja a oportunidade. É este o maior contributo do maior partido da oposição para enriquecer a democracia, uma palhaçada sem debate, sem ideias, sem propostas.
  
Este não é o partido de Sá Carneiro, é o partido da carneirada parida pelo cavaquismo.