terça-feira, março 22, 2016

Bruxelas, 22/03



Enquanto as Twin Towers de Nova Yorque era atacadas os Bush promoviam uma apresentação da Carlyle, em Washington, onde estavam presentes vários familiares de Bin Laden. O documentário "Fahrenheit 9/1", do realizador americano Michael Moore, denunciou esta situação. A Carlyele era uma empresa que por cá tentou comprar a GALP com dinheiro emprestado pela CGD, negócio apoiado pelo então primeiro-ministro Durão Barroso, e denunciado por Francisco Louçã. O presidente para a Europa da Carlyle era Major, um ex-primeiro-ministro britânico, o representante em Portugal era um tal Martins da Cruz, compadre de Durão Barroso, que o escolheu para ministro dos Negócios Estrangeiros, foi o inventor da “diplomacia económica” e imortalizou-se com a famosa entrada da filha Diana para o curso de medicina através de um esquema de cunhas.

Este é o mundo cão onde a mistura dos negócios com políticos sem escrúpulos transforma qualquer terrorista em democrata libertador do Afeganistão, da Síria, da Líbia, do Egipto, da Ucrânia. A Europa hipócrita aliada aos EUA libertaram o Iraque, a Líbia e agora estão libertando a Síria, onde existiam ditadores estão pondo democratas, onde mandavam os terroristas fizeram eleger cidadãs exemplares.  

O problema é que alguns desses cidadãos exemplares saem do controlo dos agentes secretos e dos governantes sem escrúpulos e acabam por atacar onde não era suposto fazê-lo. É então que os jornais descobrem a Al Qaeda ou o ISIS. Se um militante do ISIS matar um soldado sírio e um democrata, só é um terrorista se matar um cidadão francês, inglês ou americano.

Quem não se lembra de quando os tetchenos eram recebidos na Europa Ocidental como libertadores democratas? A verdade é que para o ocidente os extremistas do ISIS que matem sírios, os tetchenos que matem russos, os turcos que matem curdos, os libaneses que matem chiitas ou os sírios que  matem alauitas são por definição, democratas exemplares. Só são considerados terroristas se matarem ocidentais, se se fizerem explodir em Paris, Madrid, Londres ou Bruxelas.
  
O mundo esta pagando uma fatura demasiado cara por causa de governantes que transformaram em religião política e económica a mistura do liberalismo extremo com o oportunismo económico e político. Esta combinação da alta finança de Washington com o salafismo saudita, da anca com os senhores do crude, das secretas com os mais variados ISIS está transformando o mundo num barril de pólvora. No Médio oriente destroem-se países, no sul da Europa destroem-se economias, na Europa ninguém se entende, a Turquia exporta refugiados e dá tratamento vip a terroristas que venham para Paris, o Reino Unido faz chantagem sobre a EU. 

De repente, muito de repente e depois de centenas de milhares de mortos na Síria, Iraque e Líbia, três países destruídos pela hipocrisia dos governos europeus, eis que a Europa descobre que há terroristas. Mas que grande novidade!