terça-feira, outubro 06, 2015

Desabafos pós eleitorais

O esquentador luxemburguês

O esquentador luxemburguês que preside à Comissão Europeia mais o seu amigo alemão, o único alemão que anda numa viatura sem software aldrabado, apressaram-se a elogiar os resultados eleitorais dizendo eu os portugueses tinham adorado as reformas, ou seja, a austeridade. Das duas uma, ou não leram o bem os resultados eleitorais ou estão convencidos de que o BE é uma delegação portuguesa do Syriza e tal como o grego também aderiram às delícias da austeridade.
  
Os espanta-votos
  
Quando a Ana Gomes aparece no Hotel Altis ao princípio da noite a comentar as primeiras projecções eleitorais estava com um ar tão infeliz que quase me vieram as lágrimas aos olhos. Durante os governos de Sócrates a Ana Gomes fez mais oposição ao governo do seu partido do que os partidos da oposição, durante anos perseguiu José Sócrates com os voos da CIA que o Barroso tinha autorizado. Há no PS uma verdadeira colecção de espanta-votos, gente que se julga muito importante e quando não lhes dão o que querem tornam-se verdadeiros líderes da oposição. Manuel Alegra, Ana Gomes ou Carrilho são bons exemplos de espanta-votos de que o PS está cheio.
  
O BE
O BE foi a mais preciosa invenção da direita depois do defunto PRD, graças a estas duas barrigas de aluguer de votos da esquerda uma direita socialmente minoritária consegue governar e por vezes consegue mesmo maiorias absolutas, no caso de Cavaco conseguiu mesmo mais de 50% dos votos com a ajuda do partido da esposa de Ramalho Eanes. Mas desta vez todos, direita, PCP e PS ajudaram o BE a ajudar a direita. Jerónimo de Sousa dividiu com Louçã a cabeça das manifestações da CGTP, o Costa (ai Costa!) namorou o pessoal do bloco e até levou uma das vedetas desta área política ao congresso, teve um orgasmo precoce com o resultado eleitoral do Syrisa e durante algum tempo deixou passar a hipótese de um entendimento governativo. 
   
Os seguristas
  
Ainda não existe governo, Paulo portas ainda não disse quais as suas condições para um acordo de governo com o PSD e já o pessoal do Seguro ada armado em grupo parlamentar cajado, estão danadinhos para se aproximarem da manjedoura do poder e não nos admiremos se estes amantes do progresso da nação optarem por se amancebar com a direita. A verdade e que Seguro só não aceitou ser subsecretario de Estado de Passos Coelho porque era demais.
 
O Fantasma
 
Há quase uma década que Seguro assume o papel de fantasma do PS, Sócrates era primeiro-ministro e o fantasma andou por ali, esteve sempre presente até ao dia que o seu amigo Passos venceu e ele desceu no elevador do Altis para anuncia a boa-nova, era candidato à liderança do PS. Ganhou a liderança do PS e surpreendeu-nos porque continuou a ser uma fantasma, como líder da oposição dava a impressão de aparecer mas mal se via e para Passos Coelho não passou de um fantasminha simpático que se entretinha a fazer umas diatribes ao seu amigo primeiro-ministro. Agora que o PS perdeu as eleições Seguro voltou a aparecer, mas mais uma vez no seu papel preferido, o de fantasma.  Em quarenta anos de democracia este fantasma já agourou  seu partido durante quase uma década, já começa a ser bruxedo!