quinta-feira, outubro 08, 2015

Carivakus, o grego



Cavaco decidiu adiar por uns tempos a constituição para ter o seu momento grego, talvez obcecado pela malfadada Grécia, pela sua crise financeira, pelos seus resgates sucessivos e pelas suas crises financeiras, em vez de designar um primeiro-ministro como decorre dos preceitos constitucionais decidiu promover um breve intervalo na normalidade constitucional para se armar em grego.
  
Cavaco não quer desistir da sua velha obsessão de forçar o PS a assinar de cruz as medidas de Passos Coelho, desde que ajudou a derrubar um governo do PS que não descansa enquanto não fizer o PS assumir as consequências eleitorais das decisões extremistas do governo do seu partido. A mexicanização da política portuguesa é uma velha ambição do cavaquismo, talvez por isso Cavaco tente pasokar o PS. 
  
Não tendo mais margem para exercer pressão sobre o PS Cavaco tirou da sua manga bem engomada um truque à grega, em vez de seguir a constituição portuguesa optou por aplicar a constituição grega, em vez de indigitar um primeiro-ministro para formar ou tentar formar governo optou por convidar o líder do maior partido para encontrar uma solução política. É óbvio que tal como todas as pressões sore o PS pare este apoiar Passos resultaram de uma estratégia decidida por Passos e aplicada por Cavaco, também agora o suposto presidente faz de Fernando Lima de Passos Coelho.
  
Mas, mais grave do que Cavaco andar a brincar aos consensos numa tentativa desesperada de deixar o governo em entregue a Passos em vésperas do seu funeral político, foi o facto de Cavaco ter escrito a sua própria constituição, arrogando-se do direito de dizer quem pode fazer parte de um governo e quem deve ser excluído segundo os seus critérios. Temos portanto duas realidades constitucionais, as que resultam das notícias sobre a Grécia e as que são regidas por uma nova constituição, uma constituição que pode ser conhecida como Constituição da Coelha, porque deverá ter redigida entre umas minis pela brigada do reumática do cavaquismo reunida na Quinta da Coelha para um partida de sueca.

Para Cavaco não importa em que partidos votam os portugueses ou a sua vontade manifestada em eleições democráticas, o CDS que pelos resultados nos Açores e na Madeira, locais onde concorreu em listas separadas, pode e deve goernar apesar de representar apenas pouco mais de 3% do governo, pertence ao famoso e absurdo "arco da governação", que para cada vez mais portugueses é também o "arco da corrupção", no caso de Portas é o "arco dos submarinos". Mas o BE e o PCP que representam quase 20% dos eleitores estão excluídos da democracia pelas regras da Constituição Coelha, se quiserem representar os seus eleitores que se mudem para a Extremadura espanhola pois aqui no Cavaquistaão quem manda é o Cavaco! Só podem fazer parte de um governo aceite por Cavaco os que aceitem os compromissos externos, até podem estar-se borrifando para a Constituição como fez Cavaco Silva, mas se discordarem do Tratado de Methuen estão lixados com f grande, ue emigrem em busca de conforto eleitoral pois por cá estão a mais, aqui quem governa não são os escolhidos pelo povo mas sim os pré-seleccionados por Cavaco Silva.
  
Cavaco disse que tinha estudado todos os cenários, percebemos agora que entre a tragédia e o cómico Cavaco optou por uma pantomina e temos agora Passos Coelho mais uma vez a desempenhar o papel que mais aprecia, o de pantomineiro. Mais dia, menos dia regressa a Belém e diz a Cavaco que mais uma vez “eles” não se deixaram comer e Cavaco puxa da Constituição e faz o que já devi ter feito, indigita o pantomineiro e deixa-recorre a mais ma comunicação ou mesmo a um mero comunicado para concluir a sua pantominice. Até porque arrisca-se a que antes de Passos se deixar de pantominices o Costa aparecer também armado em grego informando o Carivakus que tem uma solução maioritária para governar.
 
Confrontado com uma solução que não é a que pretende Cavaco vai dizer que andou a ouvir uns constitucionalistas e, afinal, deve indigitar Passos Coelho para primeiro-ministro. Enfim, isto é como no velho anúncio televisivo da bagaceira Aldeia Velha, se não há Aldeia Velha então dê-nos um pastel de bacalhau! Enfim, tal como a Constituição também  a Aldeia Velha e cá das nossas.