segunda-feira, setembro 07, 2015

Outro desvio colossal

Há várias certezas pós eleitorais que sendo ignoradas durante a campanha eleitoral estarão presentes nos dias seguintes, sendo intransponíveis na hora de elaborar o OE para 2016. São elas a necessidade de:

  • Regularizar os reembolsos do IVA indevidamente retidos pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais com o fito de criar uma ilusão financeira que sustentou um reembolso manhoso da sobretaxa que não irá suceder.
  • Corrigir a despesa dado que desde que foi inventada a saída limpa o país entrou em fase eleitoral e o descontrolo das gorduras do Estado serviu para criar o país virtual que Passos Coelho que que os portugueses imaginem ser o real.
  • Aumentar a receita de IRS em 2016 para compensar o aumento dos reembolsos deste imposto em consequência de um aumento artificial da receita de IRS no ano de 2015 através de uma tabela de retenção na fonte manipulada de forma a gerar a ilusão de sucesso na cobrança no ano eleitoral.
  • Acomodar as consequências financeiras do desastre da venda do Novo Banco e banco mau do BES.


Tudo junto podemos estar perante mais um “desvio colossal”, caso da direita vença as eleições servirá para dar o dito pelo não dito, recorrendo a cortes de vencimentos e pensões e ao despedimento de funcionários públicos para evitar o tal segundo resgate de que a direita tanto se gaba de ter evitado.
A verdade é que o pacto de estabilidade está em vigor, que através do governo Portugal assumiu compromissos assumidos através do Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas, o nome pomposo que Passos Coelho usou para designar o PEC. Para além de este compromisso já prever um corte de pensões na ordem dos 600 milhões de euros as obrigações decorrentes das metas orçamentais determinará um corte brutal na despesa.

Isto significa que ou o governo está mentindo ou tem uma agenda governamental que em nada corresponde ao inscrito no seu programa. Os famosos compromissos que assumiu valem tanto como a palavra de Passos Coelho e como sabemos essa palavra há muito que não é confiável. O que conta são os compromissos assumidos com os credores e esses  implicam a correcção de um desvio colossal que resulta do aumento da despesa pública e do empolamento artificial das receitas fiscais.
  
O programa da direita vai ser mais do mesmo, cortes de vencimentos e de pensões e muito provavelmente o despedimento de funcionários públicos. Tanto quanto se sabe são estas as únicas medidas de política económica que os pafiosos apreciam.