sábado, janeiro 17, 2015

A TAPalhada

Uma empresa de bandeira com a imagem nacional e internacional merecia ser melhor tratada por um governo do eu tem sido a TAP. Já todos percebemos que por razões que só Deus sabe Passos Coelho quer vender a TAP. A argumentação é questionável e se bem nos recordamos aquando da primeira tentativa de venda a um empresário brasileiro o governo nem se deu ao trabalho de justificar a venda pela impossibilidade de realização de uma injecção de dinheiros públicos.
  
A primeira tentativa de venda foi ainda mais atabalhoada, mas como Passos Coelho sentia as costas quentes graças à presença da troika, tentou vender a TAP à pressa e o resultado foi humilhante. O Miguel Relvas que nesse tempo não era ministro e não precisava de andar na sombra fez umas viagens ao Brasil e de um dia para o outro a TAP estava quase vendida. Só que à última hora algo se passou  Estranhamente a primeira venda não suscitou grandes reacções sindicais 
  
Quando se pensava que o assunto estava esquecido eis que o país é surpreendido pela decisão repentina de vender a TAP, fica-se com a impressão de que mais do que qualquer outra coisa a venda da empresa é algo que o ainda e infelizmente primeiro-ministro  não quer arriscar a adiar para u segunda mandato em que só ele acredita.
  
Desta vez muita coisa mudou, Cavaco aderiu à causa e tornou-se militante da venda da empresa, o CDS chamou a si o protagonismo do negócio com o cómico da Rua da Horta Seca a querer liderar o processo e os sindicatos até descobriram a importância do interesse nacional que, como se sabe, é avaliado nas suas contas bancárias.
  
Mas este governo é incompetente e o país assistiu a mais uma trapalhada que neste caso é uma TAPalhada, um ministro e um secretário de Estado, apoiados por sindicalistas manhosos, tentaram usar um acordo para se vingarem dos trabalhadores que não aceitaram as condições do negócio. Mas a lei não permite truques como o pretendido e Passos Coelho teve de desautorizar os governantes da Rua da Horta Seca.
  
Agora só resta saber a que companhias de aviação sem dimensão ou a que empresários tesos ou desconhecidos no sector a TAP vai ser vendida. Daqui a uns anos Passos estará numa qualquer empresa de conforto, o cómico da Horta Seca vai voltar a vender cervejas e o país perde mais uma empresa a somar a muitas outras que foram privatizadas e hoje já ninguém se lembra delas.
   
PS: Eu ainda sou do tempo em que se dizia que a PGR ia acompanhar as privatizações com muita atenção.