sábado, outubro 11, 2014

Mas que merda de democracia económica

A “democracia económica” foi uma das bandeiras do modesto economista que anda armado em grande revolucionário, de tal forma que quando quer escapar-se Às consequências das suas opções brutais em matéria de austeridade defende-se dizendo que quando se afirmava mais troikista do que a troika referia-se às privatização.
  
A democracia económica de Passos resultava de quatro vectores:
  • A eliminação das empresas em excesso em sectores que considerava inúteis, como a construção civil e a restauração. Passos nunca se sentiu incomodado pela falência em massa de empresas ou pelas consequências sociais desse fenómeno, por mais de uma vez chegou mesmo a gabar-se dos resultados dessa eugenia económica que em conjunto com Vítor Gaspar promoveu.
  • A privatização das empresas que o Estado ainda detinha bem como de segmentos do Estado que poderiam ser lucrativos se explorados por empresas privadas e em conformidade com os mecanismos de preços do mercado.
  • A eliminação das golden shares que o estado detinha em empresas estratégicas permitindo aos seus accionistas privados uma gestão em conformidade apenas com os seus interesses financeiros.
  • A implementação de uma política de austeridade brutal que permitisse a transferência de riqueza para as empresas, promovendo o su financiamento e recapitalização.

Desta forma Passos e Gaspar esperavam:
  • Uma recuperação rápida do crescimento com taxas elevadas graças à transferência de riqueza em ritmo acelerado para as empresas.
  • A animação da economia graças aos capitais atraídos pelas privatizações.
  • O refinanciamento do sistema financeiro.

Mas esta mistura de ideologia com livros duvidosos resultou num desastre, a banca afundou-se, o crescimento é inferior ao registado durante a anterior legislatura e ninguém investiu. Algumas grandes empresas passaram para controlo estrangeiro, designadamente, chinês, outras ruíram e os bancos estão à beira de entrar em coma induzido. A experiência gaspariana conduzida por um incompetenet de nome Passos Coelho foi um desastre e a democracia económica reduz-se a um professor pentelhos a ser bem pago para fazer o que os chineses lhe ordenam. O Gaspar percebeu cedo o desastre a que conduziu o pa´si e à primeira oportunidade fugiu, ficou um Passos convencido de que o golpe de sorte o ajudará a sobreviver.

 O país está assistindo impávido e sereno à maior destruição de riqueza colectiva, à entrega ao estrangeiro e a custo reduzido de grandes empresas estratégicas e á destruição de sectores fundamentais para o futuro do país como o ensino público, a justiça e a saúde. E ninguém faz nada contra isto?