sábado, agosto 09, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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Pernilonga, Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António
  
 Jumento do dia
    
Carlos Tavares, presidente da CMVM

O sentido da dignidade mandaria Carlos Tavares apresentar o pedido de demissão.

«A CMVM reiterou esta sexta-feira que suspendeu as ações do BES depois das 15h00 de sexta-feira passada porque só nessa altura teve conhecimento de “iminentes desenvolvimentos“, garantindo desconhecer outras decisões que “tudo indica” influenciaram os preços dos títulos.

Destacando que a “descrição dos factos está documentada”, num esclarecimento hoje divulgado à imprensa, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “reitera integralmente” a informação veiculada na segunda-feira quando informou que suspendeu a negociação dos títulos do BES, na sexta-feira, 1 de agosto, “logo após ter tido conhecimento de iminentes desenvolvimentos que vieram a ser conhecidos durante o fim-de-semana”.

“A CMVM procedeu à suspensão dos títulos depois das 15 horas [de sexta-feira da semana passada] dado que só por volta dessa hora teve conhecimento que haveria desenvolvimentos, ainda que desconhecendo os termos concretos dos mesmos“, lê-se na nota.

A instituição liderada por Carlos Tavares garante ainda que “em momento anterior não foi informada sobre outras decisões tomadas relativas ao BES e que, tudo indica, influenciaram a formação dos preços“.» [Observador]
 
 O roubar está cada vez mais inventivo

Desde que o antigo administrador do Banco Efisa (do BPN) começou a simpatizar com a austeridade parece que o Tribunal de Contas se especializou em saúde e quando o Opus Macedo diz mata os magas de alpaca juízes do TC dizem esfola. De uma assentada resolveram o problemas dos médicos de família, descobriram que se as consultas demorassem apenas 15 minuto já existiram médicos suficientes. Da próxima vez vão descobrir que se em vez de costura os cirurgiões usarem fita adesiva para fechar as feridas até se acabam, as filas de espera de cirurgia.
      
 O roubar está cada vez mais inventivo
   
«Para os batoteiros, o problema com os jogos de azar é o azar, entendido este último como acaso. Os aldrabões profissionais não confiam no acaso. Por isso viciam os dados, drogam os cavalos ou compram jogadores... No entanto, há sempre uma chance de lhes calhar o acaso. Por exemplo, um batoteiro anular outro: há uma anedota brasileira que diz que jogo viciado na Bahia acaba sempre empatado (uma equipa faz por perder mas a outra também). O ótimo, pois, seria ter todas as chances do seu lado. Como aquele ditador africano que resolveu o assunto anunciando os resultados eleitorais antes do escrutínio: "Assim não há fraude", explicou-se ele com certa lógica. E é depois disto que caímos em pleno noticiário de ontem com a Procuradoria-Geral da República a abrir um inquérito à suspeita de um jogo de futebol entre os portugueses do Freamunde e espanhóis do Ponferradina, que foi metido na bolsa de apostas internacionais. É claro que a história estaria em tentar perceber o mistério que leva um tipo de Hong Kong a investir um cêntimo que seja num assunto de que não percebe nada. Mas o caso Freamunde-Ponferradina tem um lado inovador: é que o jogo não se realizou. Quer dizer, os batoteiros nem precisaram de comprar jogadores, inventaram o que lhes deu na gana, um 1-1 ou um 37-5. Isto abre perspetivas fantásticas para nossa alta finança. Para a próxima nem precisam das tretas dos bancos, podem ir diretamente para o assalto.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
      
 Tragédia de entre-os-BES
   
«Maria Luís Albuquerque, a 27 de junho, no Parlamento: "Posso dar a garantia de que não vamos ter dinheiro dos contribuintes no BES. Estamos a acompanhar a situação há já largos meses. O Governo tudo tem feito." M.L.A., a 7 de agosto, no Parlamento: "Os contribuintes receberão de volta o seu montante." M.L.A., a 27 de junho, idem: "Quem toma as decisões é o Governo e ninguém mais." M.L.A., a 7 de agosto, ibidem: "A decisão é tomada pelo regulador. Aconselho os senhores deputados a lerem a legislação."

Contradições insanáveis categoricamente proferidas, como é apanágio da responsável (?) das Finanças. E como as explica, enfadada? "Houve uma quantidade de factos novos que vieram a público nos últimos dias." Portanto, andou a garantir que o banco era sólido até meio de julho sem fazer a mínima, mas qual é o problema? Ninguém espere que senhora tão séria admita ter andado a enganar os portugueses e, o que para ela será muito mais grave, os mercados.

Admitir o quê se ontem também foi ao Parlamento o governador do Banco de Portugal assegurar que toda a responsabilidade é sua? "Se houver alguma coisa a criticar, é ao BdP, se houver alguma coisa a elogiar, é ao BdP. O proprietário da solução é o BdP." Solução que, informou os deputados, Carlos Costa só decidiu na sexta - apesar de, no domingo à noite, ter informado o País de que a fraude no BES, constando da descapitalização do banco a favor de empresas do grupo, fora detetada em setembro de 2013. Para além desta revelação espantosa (o regulador sabia de uma fraude e durante um ano permitiu que continuasse, deixando os que a cometeram - é ele que disso os acusa agora apesar de até há pouco lhes ter certificado a idoneidade - em funções até falirem o banco), estamos ante um milagre: é que o Governo aprovou na quinta de manhã, portanto quatro dias antes do anúncio de Costa e um dia e meio antes daquele em que este situa a decisão, o diploma (de imediato aprovado pelo PR) que permitia a tal solução.

Lindo, não? O problema é que isto não configura mera "inverdade". Como apontou na quarta à noite na SicNot o socialista Pedro Silva Pereira, a data da aprovação da lei significa que muita gente sabia, nesse dia e até antes (na preparação do diploma), o destino do BES. Evidência disso é o facto de Marques Mendes o ter revelado o sábado na SIC. Quantas mais pessoas tiveram acesso a uma informação que tanto dinheiro valia? Quantas a traficaram? Não se sabe e talvez nunca se saiba. O que sabemos é que Governo e BdP permitiram que as ações do BES se mantivessem em mercado, perdendo, entre quinta e sexta, 62% do seu valor.

Não foi uma ponte que caiu, mas um banco. E até ver não morreu ninguém. Mas a cadeia da responsabilidade é, ao contrário da de Entre-os-Rios, cristalina. Demissões é que nada.» [DN]
   
Autor:

Fernanda Câncio.
   
   
 Quase todos lamberam o cu ao Ricardo
   
«Retratista da alta sociedade e das grandes figuras do regime, a obra de Eduardo Malta é bastante académica e o pintor era conhecido pela sua aversão à arte contemporânea, razão porque a sua nomeação, em 1959, para director do Museu Nacional de Arte Contemporânea suscitou enorme controvérsia entre artistas e críticos de arte.

Aquando da inauguração da exposição em que esta obra esteve exposta, o então secretário de Estado da Cultura, Pedro Santana Lopes, notou que “Ricardo Espírito Santo e Eduardo Malta, artistas de excepcional talento e elegância, tinham uma visão fulgurante”. » [Observador]
   
Parecer:

He he he.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Quem não lambeu que levante o braço.»
     

   
   
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