domingo, junho 15, 2014

Semanada

O cronómetro do Portas era claramente insuficiente, o irrevogável ministro esqueceu-se de cronometrar o fim da última avaliação e a data de recepção da última "tranche". O país ficou esta semana a sair que a saída limpa não passou de um assomar à porta, a troika não saiu de Portugal e isso ficou óbvio na revolta do PSD porque o Tribunal Constitucional não se atrasou mais uns dias. Resta agora saber o que a troika combinou com o governo para que a desobediência e consequente dispensa/recusa de entrega da última trance de “ajuda” tivesse ficado em claro.  
  
Muito estranho tem sido o silêncio de Cavaco Silva, o homem que queria um programa cautelar para se certificar de que a política de direita se prolongava para além do termo da legislatura, garantindo um fim de mandato presidencial com algum protagonismo. Cavaco que sempre defendeu a total obediência do país aos mercados não ficou muito incomodado com o facto de o país ter suspenso as negociações no quadro do memorando, dispensando a última "tranche", que mais do que uma ajuda era o gesto simbólico da troika que reconhecia tudo estar bem com Portugal.
  
Seguro continua com a sua erecção permanente de oposição, depois de três anos de preguiça eis que o líder do PS não se cansa de atacar o governo a torto e a direita e agora até já inclui Cavaco nos seus ataques. O “povo” do PS ficou a saber que Seguro está mais incomodado com o seu poder pessoal do que com o país, enquanto era o povo o atacado pelo governo o PS foi um marasmo, agora que Seguro receia perder o poder e regressar ao papel obscuro de que nunca devia ter saído, já parece saber fazer oposição. 
  
Cavaco sofreu um fanico a meio de um discurso no Dia da Raça, como um dia chamou ao feriado. Se não fosse esse pequeno incidente ninguém teria dado nem por ele, nem pelo discurso. Este Cavaco é um político banal, pobre de ideias, sem qualquer projecto para o país e que confunde os valores da sua direita com os do país, o mesmo Cavaco de sempre.