sábado, abril 12, 2014

Vão pagá-las com língua de palmo

Talvez porque os ideólogos deste regime estarem convencidos de que o conhecimento passa pela via rectal, o que justifica que quando viajam metam os livros debaixo do traseiro, estão convencidos de que a melhor forma de Portugal voltar aos tempos gloriosos dos orçamentos equilibrados será, para além contar com um Estado miserável, voltar a introduzir o modelo económico assente em salários miseráveis.
   
Ainda que por razões de oportunismo eleitoral ou por ainda terem alguma vergonha na cara algumas personagens do regime ainda dizem que o modelo não é viável. Mas a verdade é que não basta um discurso oportunista em torno da questão do salário mínimo para inverter o que tem sido feito ao longo destes três anos.

Mas o não é por existirem aparentes contradições na coligação retrógrada que este modelo está condenado ao fracasso, com todas as consequências de mais uns anos perdidos para serem feitas experiências conduzidas por imbecis e idealizadas por fanáticos que,, entretanto, já fugiram do país. O modelo Salazarista assentava na eliminação dos sindicatos, na repressão de todas e qualquer reivindicação laboral, na rejeição da contracepção, do divórcio e do aborto, num controlo rigoroso da saída de mão-de-obra, fosse para África ou para outros destinos.
  
O Portugal dos salários de miséria era um país onde se promoviam as famílias numerosas, se assegurava a continuação da miséria com recurso a repressão e os excedentes estruturais de recursos humanos eram geridos cuidadosamente com um controlo apertado dos movimentos migratórios. O Portugal de hoje é um país que não pode recorrer à repressão de outros tempos, onde os valores da Santa Madre Igreja já não podem ser impostos aos que não os aceitam e integrado num imenso espaço económico onde nada se pode fazer contra a livre circulação dos trabalhadores.
  
Se Portugal não assegurar níveis adequados de remuneração do trabalho é inevitável que assista à partida dos seus trabalhadores, em particular dos mais jovens e qualificados. Se mesmo assim for promovido o desemprego em massa dos jovens e o aumento brutal dos impostos sobre o rendimento do trabalho só mesmo os mais resistentes ficarão em Portugal. A tendência para a emigração tenderá a acentuar-se, ninguém acredita neste país d jotas falhados e de fracos recursos intelectuais e bastará a Europa começar a recuperar e a promover o emprego jovem para que se assista a um verdadeiro êxodo.
  
Os miseráveis que até se babam por terem um governo que lhes dá tudo vão pagar com língua de palmo, um dia destes vão querer um trabalhador um pouco mais qualificado e não terão. Muitos dos que hoje recusam mais um euro de salário vão ter de procurar no estrangeiro pelos jovens que hoje desprezam. Como sempre as classes abastadas deste país estiveram entre o imbecil e o burro e desta vez vão pagar a estupidez com língua de palmo.