sexta-feira, novembro 29, 2013

Um recadinho ao Tozé

Ser oposição não demonstrar activismo político como sugere Soares, dar ares de rapazola sério e bom marido como parece defender Seguro ou assumir a obrigação de apresentar um projecto de decreto-lei alternativo a todos os diplomas apresentados pelo governo como defende a maioria.
  
Ser oposição é mais do que praticar o activismo político e muito mais do que esperar que as eleições vençam os partidos do governo com resulta da actuação de Seguro e muito menos ter um comportamento de ala liberal de uma qualquer assembleia  nacional como sugere o PSD e defende o presidente com as suas insistências manhosas de diálogo entre o governo e o PS.
  
Ser oposição é muito mais de que desempenhar o papel mediático que as televisões reservam para o maior partido que está fora do governo, não é propor soluções alternativas que se esgotam numa notícia de rodapé. E um líder de oposição deve preocupar-se muito mais com o papel que desempenha do que com a caracterização do artista.
  
Ser oposição é criar esperança apresentando um projecto credível, vencendo o governo em competência, conquistando a confiança dos investidores nacionais e estrangeiros, mostrando que é possível o crescimento económico sem que este assente na injustiça social.
  
Ser oposição é pensar no futuro, é apresentar um projecto credível, é propor soluções aceitáveis, é apostar nos portugueses.

António José Seguro não faz nada disto, acha que ser oposição é esperar que o governo perca as eleições, apresentar soluções alternativas apenas para enganar o pagode, estar mais preocupado em demarcar-se do secretário-geral anterior do que em diferenciar-se do primeiro-ministro actual Seguro nem faz oposição nem deixa que outros a façam, anda à mais de dois anos a tentar passar a imagem do rapazinho que todos gostariam de ter como genro e mesmo assim em vez de dar a entender que daria melhor genro do que Passos anda mais preocupado em dizer que é melhor do que Sócrates. Um erro crasso, é bem mais fácil ser melhor do que Passos e o líder do PS só tem a perder ao tentar comparar-se com o seu antecessor.
 
A direita tem o hábito de eliminar a oposição chamando a si o papel de oposição dos seus próprios governos, é uma velha tradição do PSD agora desempenhada por dois comentadores, Marcelo Rebelo de Sousa e Marques Mendes. O problema é que estes antigos dirigentes fazem uma oposição mais sistemática e consistente do que a que faz Seguro, ainda por cima a oposição que Seguro faz a Passos Coelho leva-o a identificar-se com os ex-líderes do PSD, os três estão de acordo num objectivo, a reeleição de um governo de direita. Marques Mendes e Marcelo desvalorizam António José Seguro e a actuação deste dá-lhes razão.