domingo, janeiro 15, 2012

Semanada

Esta foi a primeira das semanas mais dramáticas do governo, não será a mais dramática porque o pior está para vir e já se percebeu que em matéria de asneirada a imaginação dos membros deste governo é ilimitada. O governo tem sorte, as agências de rating não medem o QI do primeiro-ministro ou dos seu ministros nem avaliam trapalhadas, se não se limitassem aos indicadores económicos em vez de nos terem despromovido a lixo metendo-nos no mesmo saco da Grécia, optariam por nos juntar à Somália no grupo dos países irrecuperáveis e ingovernáveis.

A semana começou numa desgraça com os portugueses a saberem que o PSD criou uma loja maçónica com regras e valores próprios pata melhor casar os interesses da Ongoing com os da liderança do PSD, tendo como intermediário deste negócio um agente secreto que agora todos dizem nunca ter conhecido ou terem almoçado uma única vez com ele. O problema é que toda a gente percebeu que nos almoços acompanhados com Mozart e algum tinto o negócio era a RTP e o controlo da comunicação social e ninguém se esqueceu do papel da família Moniz no golpe que conduziu ao derrube de Sócrates.

Se a semana começou mal não podia ter terminado pior, o país suspendeu a respiração para finalmente ouvir as ideias do Álvaro para o crescimento económico, (agora que o homem deverá ter um assessor de imprensa competente), no fim ouviu-se uma gargalhada nacional, os espanhóis de Madrid só não acordaram porque a hora é quase a mesma. O melhor que o Batanete da Rua da Horta Seca foi dizer (com aqueles olhos esbugalhados que denunciam uma grande inteligência) que achava que os portugueses são mesmo idiotas, há muito que podiam concorrer com a BMW lançando uma multinacional do pastel de nata e foi preciso ele vir de Vancouver para nos dizer o que devemos fazer.

Começa-se a perceber porque razão o Passos Coelho foi buscar o Álvaro, sempre que o governo mete água o primeiro-ministro atira o bobo da corte para a praça pública com o objectivo de distrair os portugueses. Foi o que sucedeu esta semana, o governo enterrou-se ao mandar os seus ao pote dos chineses da EDP e o Passos terá dito ao Álvaro para arranjar qualquer coisa para distrair os portugueses, foi assim que ele se lembrou de salvar a economia portuguesa vendendo pastéis de nata. Só que o povo não foi em doces e insiste em perceber porque razão o professor catedrático a tempo parcial 0% passou de pentelhos para 50 mil dele.

Quem também andou entretido com pentelhos foi o senhor Costa do Banco de Portugal, inventou uns cortes de mordomias no BdP para evitar retirar aos seus funcionários o estatutos de diplomatas suíços residentes em Portugal. Mas a manobra não surtiu efeito, multiplicaram-se as vozes a exigir que o banco de Portugal não seja a ilha gaulesa num país a apertar o cinto, mas o homem já tinha mandado processar o subsídio de férias. Agora espera que o assunto seja esquecido e está a estudar um corte nas pensões. É mais do que evidente que quando as vozes indignadas se calarem o homem conclui que não deve cortar nos subsídios. Quem deverá estar contente com o Ssenhor Silva é um outro Silva, o Cavaco, mandou cortar os subsídios mas como optou pela pensão do Banco de Portugal está livre de apertos. O Gaspar também deverá estar grato, quando regressar ao banco livra-se das suas próprias decisões.

Numa semana de verdadeira loucura Manuela Ferreira Leite decidiu dizer “presente”, foi falar de e defendeu que as pessoas com mais de 70 anos devem pagar as despesas com a hemodiálise. Enfim, é caso para dizer que as senhoras com setenta ou mais anos deviam ter consultas e internamentos gratuitos em psiquiatria. No caso de Manuela Ferreira Leite além de gratuitos deveriam ser obrigatórios, pelo menos como condição para poder falar em estações de televisão em directo.