sábado, janeiro 07, 2012

O cu e 3 tostões

Quando a comunicação social divulgou a comunicação da EDP com a lista dos membros do novo conselho de supervisão ainda esperei lá ver o nome da Ana Isabel Albergaria. A Ana Isabel é uma eleitora de Passos Coelho que depois de ficar sem subsídios e de ter reduzido os banhos a um por semana ainda se mantinha confiante no primeiro-ministro e este usou a sua carta no seu Facebook. Pensei que Passos Coelho se lembraria de um dos seus apoiantes em dificuldades e cuja carta lhe foi mais útil que o projecto de revisão constitucional do Paulo Teixeira Pinto neste momento da distribuição do dinheiro chinês.

Mas não, o Passos Coelho optou por ajudar alguns ricaços a enriquecerem ainda mais, gente com pensões chorudas vai receber ainda mais uns trocos para poderem morrer descansados. Senti nojo, gente com décadas de defesa dos valores mais queridos da direita a acotovelar-se à porta da EDP para receberem uma gorjeta com o dinheiro dos chineses. Cavaco Silva tem usado as condecorações presidenciais para gratificar amigos e conhecidos, à falta de gratificações distribui o dinheiro dos chineses. Esta direita não tem mesmo vergonha, dá o cu e cinco tostões em troca de uma gorjeta dos comunistas chineses.

Que vergonha, que espectáculo de miséria humana, que falta de respeito pela história, pelos princípios e pelos valores, que falta de lealdade com os aliados ocidentais! Uma direita que se dizia atlantista abriu a porta das traseiras dos EUA aos chineses que tantas vezes têm esbarrado na tentativa de controlar empresas americanas, uma direita que se diz tão europeia esqueceu os que sempre ajudaram Portugal e por meia dúzia de milhões venderam-se aos chineses.

E os chineses aproveitam, querem umas gorjetas para os vossos amigos tomem lá, querem o Mexia na EDF então ele que fique, os chineses devem estar a divertir-se com esta pedincha miserável enquanto percebem que com gente desta podem escolher o que querem de Portugal, para já controlam os recursos hidroeléctricos do país com meia dúzia de milhões de euros, brevemente controlarão a infra-estrutura eléctrica. Já têm mais poder em Portugal se controlassem as forças armadas.

O que fará o governo na próxima reunião do Conselho de Segurança se os interesses da China estiverem em conflito com os da UE? Que princípios, que valores, que grau da independência nacional está Passos Coelho disposto a vender aos chineses a troco de uns lugares nos conselhos de supervisão que vender ao Partido Comunista Chinês, transformando Portugal numa mísera loja dos trezentos?

Percebe-se agora o porquê da venda aos chineses, basta contar os que vivem à custa dos favores da Autoeuropa com os que vão viver à custa da EDP para se perceber que o preço mais apreciado pela venda desta empresa não foram os milhões de que o país carecia, também não foi a liberalização da economia e muito menos a democratização das empresas, a EDP foi vendida ao comité central do Partido Comunista Chinês porque este esteve mais disponível do que os alemães para corromper gente do PSD.