segunda-feira, outubro 13, 2008

Esta gente não merece a ajuda dos portugueses


Enquanto alguns dos nossos políticos, com o Presidente da República à cabeça, se manifestam preocupados com o que pode suceder aos nossos pobrezinhos chovem milhões para ajudar a banca, o BPN já foi buscar 200 milhões à CGD e o governo acaba de criar uma garantia de 20 mil milhões para empréstimos inter-bancários.

Significa isto que se a crise der para o torto os portugueses poderão ter que vir a suportar este prejuízo. Há uns meses ninguém garantia o futuro das pensões de reforma dos portugueses, os mesmos que a única garantia que recebem ao nascerem portugueses é de fazerem parte de uma nação que tem pouca consideração pelos seus cidadãos.

É evidente que não posso estar contra estas ajudas à banca, a dimensão das consequências de uma falência do sistema financeiro seriam demasiado graves, assim sendo teremos que suportar a chantagem a que estamos sujeitos, ou assumimos os custos da solução da crise financeira ou ainda teremos que pagar uma factura bem pesada.

Mas é o momento para afirmar que esta gente não merece o apoio que o país lhes está a dar e não merecem porque pouco têm dado ao país, muito menos do que agora poderão vir a receber.
Esta gente quando tem elevados lucros não hesita em recorrer às off-shores para escaparem às obrigações fiscais. Ainda fazem pior, montam esquemas de honestidade duvidosa para obterem favores do fisco e quando não o conseguem entulham, os tribunais recorrendo de todas as cobranças que lhes são feitas. Tudo isto explica o facto de os bancos estarem entre as empresas sujeitas a menor carga fiscal.

Esta gente não só recorreu a numerosos despedimentos colectivos sistemáticos como proletarizaram o emprego na banca, hoje os empregados dos bancos ganham mal, trabalham mais horas do que a lei prevê e são quase nulas as garantias do emprego.

Esta gente aproveitou-se dos mecanismos proteccionistas da economia portuguesa para cobrarem taxas de juros e comissões muito superiores às praticas nos restantes países da Europa. Cobram juros altos, cobram comissões abusivas e absurdas e, através da UNICRE, cobram pequenas fortunas aos comerciantes pelos pagamentos com cartões.

Esta gente não tem hesitado em vender os seus bancos a interesses estrangeiros bastando para isso que lhes paguem bem, num dia vão ao Presidente da República meter uma cunha para que defenda os centros de decisão nacionais, no outro vendo o banco a quem lhes der mais.

Esta gente não merece a ajuda dos portugueses.